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Custo pela troca de prótese pode ser pago por todos os usuários de planos

Fonte: O Globo

Nas operadoras, todos pagam para que uns usem mais ou menos o sistema

Marcelle Ribeiro marcelle@sp.oglobo.com.br

SÃO PAULO. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa 245 operadoras de planos de saúde, entre elas a Amil, disse ontem que os custos da substituição de próteses de silicone rompidas, das marcas Rofil (holandesa) e PIP (francesa), devem ser repassados a todos os usuários dos planos, por meio do aumento de mensalidades. Na semana passada, o governo federal decidiu que as operadoras terão que retirar e trocar as próteses agora proibidas em pessoas que realizaram cirurgias estéticas ou reparadoras.

- Se o plano de saúde tiver que cobrir as cirurgias, alguém vai ter que pagar a conta. Quem vai pagar? Funcionamos num regime de mutualismo, em que todos os associados acabam arcando com o custo, seja ele mulher, criança, idoso. Será que todos os componentes estão dispostos a pagar por isso? - questionou o presidente da Abramge, Arlindo de Almeida.

A posição da Abramge, cujas operadoras associadas respondem por 20 milhões de usuários de planos de saúde, é semelhante à da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), que representa planos de empresas como Banco do Brasil e Petrobras e se pronunciou sobre o caso na última sexta-feira. No mesmo dia, a Unimed declarou que os gastos com a troca da próteses poderiam ser divididos com o governo. A Unidas e a Unimed disseram que ainda não sabem o impacto que essas cirurgias terão nos seus orçamentos.

Almeida sugeriu que uma Parceria Público Privada poderia amenizar o reflexo das despesas que os planos de saúde terão com as cirurgias para troca das próteses.

- A gente tem que parar, sentar e discutir. E se o governo fornecer todas as próteses? De repente, os centros cirúrgicos seriam oferecidos pelas operadoras... Ainda não foi definido - afirmou ele, repetindo opinião já dada pelo presidente da Unimed Brasil, Eudes de Aquino.

Segundo Aquino, os planos de saúde ainda não foram chamados pelo governo para conversar sobre como será a troca das próteses. Há uma expectativa de que isso ocorra ainda esta semana.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa as 15 maiores operadoras de planos de saúde do país, explicou, na semana passada, que uma vez constatada a ruptura da prótese de silicone, a cirurgia de retirada do implante é considerada reparadora. Em nota, afirmou que "as operadoras afiliadas à FenaSaúde cumprirão rigorosamente o que está previsto no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e nos contratos".

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