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Esportes de luta atraem público, mas não as seguradoras no Brasil

Fonte: Brasil Econômico

Mercado de apólices para atletas ainda é tímido, o que força esportistas a buscarem alternativas de proteção no exterior

Os esportes de luta atraem cada vez mais público, basta analisar os dados do UFC (Ultimate Fighting Championship), evento com números que são de derrubar qualquer concorrente.O valor de mercado da marca que está nas mãos dos irmãos Frank e Lorenzo Fertitta é estimado em US$ 1 bilhão, segundo a Forbes -eles compraram por US$ 2milhões em 2001 - e a programação do UFC é transmitida em mais de 132 países, alcançando 597 milhões de lares que falam 21 línguas diferentes. No próximo sábado, dia 14, será realizada a segunda versão brasileira do evento e a expectativa é de que ele reúna 15 mil pessoas.

Mas se os espectadores têm se rendido à modalidade no Brasil, as seguradoras ainda não mostraram tanto vigor em proteger os atletas.

Anderson Silva, campeão da categoria até 84 quilos do UFC, por exemplo, tem um seguro além daquele oferecido pelo próprio evento aos atletas. No entanto, a apólice foi fechada no exterior.

No ano passado, a Zuffa, proprietária da marca UFC, anunciou que cerca de 350 atletas com contrato independente passaram a possuir um seguro de acidentes personalizado, oferecido pela Houston Casualty Insurance Company. A apólice foi um complemento à cobertura de eventos que os lutadores já possuíam e inclui proteção para os danos acidentais sofridos durante o treinamento, bem como incidentes fora do octógono, como acidentes de automóveis, por exemplo.

No Brasil, os seguros para atletas ainda se concentram nos praticantes de esportes com bolas, entre eles os jogadores de futebol.

A MetLife tem um produto deste no mercado há seis anos, que normalmente é contratado pelos clubes, e confessa que, por enquanto, não tem uma análise específica para oferecer as coberturas para lutadores. "Temos de estudar mais o assunto, porque o risco na modalidade é alto", afirma o diretor de ciências atuariais da companhia, Alejandro Widder. Cada esporte tem suas tarifas de seguros específicas, conforme o perfil da atividade física. "Ainda não chegamos em esportes de alto risco".

De acordo com ele, a tendência no Brasil é que seguros para atletas cresçam, ainda mais com a visibilidade do país com eventos como a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada, em 2016.

"Além disso, a capacidade que o país tem de reter talentos e a própria situação econômica do Brasil devem fazer esse nicho de mercado aumentar", pondera.

Bruno Amorim, responsável pela área de Lazer, Esportes e Entretenimento da corretora Aon, aponta que hoje não são todas as seguradoras que têm um produto para atletas. "Não era padrão a contratação disso no Brasil, mas hoje o mercado já tem capacidade de trabalhar com resseguro internacional para emitir apólices através de seguradoras no Brasil", afirma.

No entanto, para ele, ainda depende muito do trabalho do corretor o desenvolvimento deste nicho, para que o profissional consiga formular a cobertura para cada caso. "Não é um produto de prateleira", destaca.

No Brasil, quem recorre mais à modalidade são os clubes de futebol e fundos de participação em jogadores, que têm de prestar contas ao investidor e, por isso, buscam formas de pulverizar o risco. No caso dos lutadores, ele diz que a contratação de seguros adicionais se dá pelo fato de eles não acharem suficientes as coberturas oferecidas pelos detentores das marcas para as quais trabalham. "Muitos desses atletas treinam e desenvolvem suas carreiras no exterior, onde tem mais apólices emitidas, o que diminui o risco", afirma o executivo, sobre o item que pode reduzir também o valor do seguro.

SOBRE O UFC

FUNDAÇÃO
Em 1993, foi criado pelo brasileiro Rorion Gracie

COMPRA
Em 2001, foi adquirido pelos irmãos Frank e Lorenzo Fertitta por R$ 2 milhões

ETAPAS
Além de todos os estados americanos, o evento ocorre também em locais como Canadá, Alemanha, Inglaterra, Irlanda, Emirados Árabes, Austrália, Brasil e Japão

NÚMEROS
A programação do UFC é transmitida em mais de 132 países e territórios, alcançando 597 milhões de lares ao redor do mundo, em 21 línguas diferentes

NÃO VALE TUDO
Nas mãos dos irmãos Fertitta, o UFC ganhou nada menos do que 32 regras, entre elas proibição de golpes na coluna e na virilha

BRASILEIROS VENCEDORES DE UM TÍTULO
Anderson Silva, Vitor Belfort, Mauricio Rua, Murilo Bustamante, Jose Aldo, Antonio Rodrigo Nogueira, Lyoto Machida e Junior dos Santos

CIFRA
A marca UFC tem valor de US$ 1 bilhão, segundo a Forbes.

O último evento no Brasil, em agosto, girou R$ 66,8 milhões

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