Breaking News

Redução de roubos e furtos reflete em queda de seguro de veículos

Fonte: Agência Globo

RIO - Enquanto os preços de seguros de veículos no país subiram em média 5,99% no acumulado de 12 meses, no Rio os valores praticados pelas corretoras caíram 6,87% no mesmo período. A prova de que a redução de valores está diretamente ligada à queda dos índices de roubos e furtos de veículos está nos custos de conserto de automóveis: de acordo com o IBGE, de dezembro de 2010 a novembro de 2011, os custos de reparo de veículos no Rio subiram 11,40%, acima da média nacional, que fechou o período com alta de 10,76%.

Especialistas em segurança e em seguros garantem que a queda das estatísticas criminais foi o principal motivo da redução do valor dos seguros. E apostam que os preços na cidade serão ainda melhores em 2012.

Preços do Rio mais atrativos do que os de São Paulo
Segundo o superintendente da Central de Serviços da Confederação Nacional das Seguradoras, Renato Pita, se não fosse a alta dos custos de peças e de mão de obra, o consumidor perceberia muito mais a mudança.

- Dois componentes influenciam diretamente no valor do seguro de um veículo: os roubos e as colisões. Os índices do IBGE mostram claramente que a queda nos valores de seguros de Rio foram consequência da redução dos índices de roubos e furtos. Ao mesmo tempo em que subiu os custos de oficina, aumentando gastos com indenizações por colisões, o custo total do seguro caiu - afirmou Pita.

Segundo ele, dependendo da região, a queda pode ter sido muito mais expressiva:

- A maior parte dos roubos de veículos no Rio é destinada ao mercado de desmanche. O combate aos ferros-velhos e as pacificações foram muito importantes. Na Zona Sul, a queda pode não ter sido tão expressiva, mas em regiões como a Penha, os índices caíram bastante, impactando no custo final do seguro - explicou Pita.

Segundo o vice-presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio, Roberto Santos, o Rio deixou de ser o seguro mais caro do país e hoje já tem preços abaixo de outras capitais, como São Paulo, onde o preço do seguro de um mesmo modelo de carro custa cerca de 25% a mais.

- Há uns cinco anos, o Rio era o campeão, mas desde 2008 isso vem mudando. Usando como exemplo o seguro de um Corsa Hatch premium 1.4 8v econoflex, ano 2012, que é um carro popular. Se o perfil do motorista for nascido em 1972, casado, com estacionamento próprio e alarme instalado e ele morar em Botafogo, no Rio, o seguro sairia, em média, por R$ 2.200. Na Vila Mariana, que é um bairro com as mesmas características de Botafogo, esse mesmo motorista pagaria cerca de R$ 3 mil - compara.
Em Jacarepaguá, roubos recuaram 78% em 4 anos

Segundo ele, os preços são calculados com base na frequência de casos:

- A frequência é um índice calculado pelo total de carros segurados dividido pelo número de roubos e de furtos. Para se ter uma ideia, a frequência de roubos no Rio caiu de 0,86 em 2010 para 0,52 em 2011. Os furtos caíram de 0,59 para 0,32.

Morador do bairro da Freguesia, o ator Thiago Braga gostou do custo final do seguro do carro novo. Quando comprou seu primeiro carro, um Fiat Uno 2007, ele gastou R$ 1.250. Segundo dados do ISP, de janeiro a setembro daquele ano, ocorreram 807 roubos de veículo na área do 18 BPM (Jacarepaguá). Em 2011, durante o mesmo período, foram registradas 176 ocorrências na mesma região, uma queda de 78%:

- Cinco anos depois, estou pagando o mesmo valor pelo seguro do Novo Uno 2012 e ainda pude dividir em seis vezes. Para mim foi um ótimo negócio - comentou Thiago.

Mas, dependendo da região, os seguros subiram. Foi o caso de Niterói, segundo o consultor de Seguros Jadeílson de Souza.

- Os criminosos estão migrando para outras áreas. O mesmo carro que na Zona Sul estou cotando em R$ 1.300, em Niterói, dependendo do bairro, chega a custar R$ 2.300.

Legislação permite maior combate
Os números de roubos e furtos de veículos no estado continuam caindo, conforme divulgou no início da semana, a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos Autos (DRFA), fechando em dezembro em 3,6%, o menor desde 1992. Entre os principais pontos da política de segurança pública no setor está o combate aos ferros-velhos.

Segundo o delegado assistente da DRFA, Alexandre Magalhães, a lei estadual 5042, de 2007, foi a grande aliada no combate à venda ilegal de peças:

- Antes, quando encontrávamos peças sem notas não tínhamos como fazer a apreensão, a não ser nos casos de peças comprovadamente roubadas. Agora, se o proprietário não tiver a documentação, nós apreendemos as peças. Se não for comprovada a origem, as destruímos no prazo de seis meses - explicou.

Segundo o delegado, outras políticas como as pacificações dos morros, as operações duas rodas, entre outras, mudaram o perfil do estado.

- As pacificações também foram importantes porque acabaram com os depósitos de carros roubados em favelas.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario