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Seguradoras arcam com 15% dos prejuízos das inundações

Fonte: Brasil Econômico

Estudo da Swiss Re mostra que, em 2030, o desembolso do setor será de US$ 600 milhões

As enchentes devem causar cada vez mais perdas econômicas para o Brasil e, inclusive, para o setor de seguros. Estudo da resseguradora suíça Swiss Re mostra que, em 2030, esses eventos causarão prejuízos de US$ 4 bilhões à economia do país, sendo 15% do total em sinistros pagos pelas seguradoras, o que corresponde a US$ 600 milhões.

"Se analisarmos os valores que são segurados, no Brasil eles representam uma parte pequena", afirma o diretor de Resseguro para Brasil e Cone Sul da Swiss Re, Rolf Steiner. No restante do mundo, a proporção segurada das perdas econômicas com catástrofes fica acima de 20%. Para o executivo, no Brasil a proporção é menor porque falta na população a consciência dos riscos que ela corre e o conhecimento da possibilidade de compra de um seguro. "Além disso, as catástrofes acontecem em lugares onde mora uma população sem recursos para financiar a cobertura", pondera.

Ao longo da última década, as inundações no Brasil levaram, em média, à perda de US$ 37,5 milhões para as seguradoras a cada ano. Em 2010, no entanto, o valor saltou para US$ 124,5 milhões, o maior já identificado. Ainda não há dados disponíveis sobre 2011. De acordo com o Bradesco Seguros, as mudanças climáticas e a urbanização têm gerado aumento da frequência e severidade de eventos catastróficos, o que gera perdas nem sempre seguradas. "Atento a essa necessidade, os mercados de seguros e resseguros no mundo e no Brasil vêm buscando desenvolver e disponibilizar produtos e coberturas que possam minimizar esses impactos", afirma a equipe da seguradora.

No Brasil, as apólices de automóveis já são desenhadas com cobertura para enchentes e as seguradoras sabem que entre novembro e abril as indenizações aumentam por conta da maior ocorrência de chuvas. "Com base nisso, projetamos nossas tarifas mensalmente tomando em conta essas ocorrências", diz Marcelo Sebastião, diretor de auto da Porto Seguro, que possui 2,1 milhões de carros segurados, sendo metade em São Paulo e 9% no Rio de Janeiro.

A BB Mapfre, que tem 2,7 milhões de veículos segurados, diz que as enchentes representam menos de 1% dos sinistros da carteira de automóveis quando se olha o ano inteiro. "Mas infelizmente esses eventos têm um custo maior de reparação porque há uma perda total do carro", afirma Maurício Galian, diretor executivo da companhia. No caso do seguro para residências, é o proprietário do imóvel que deve solicitar a proteção contra enchentes. "O que observamos é que muitas apólices residenciais ainda não têm essa cobertura", pondera Steiner, da Swiss Re.

Em relação aos seguros para empresas, também é o empreendedor que deve solicitar a proteção contra as enchentes. "Essas coberturas acessórias têm uma adesão menor por pequenas e médias empresas, pois têm um custo mais alto quando comparado à cobertura patrimonial básica", afirma Danilo Silveira, gerente- executivo de produtos tradicionais do Grupo BB Mapfre. Ele afirma que, para a indústria e o comércio normalmente são feitos pacotes de seguros, que incluem as coberturas de incêndio, vendaval, roubo e dano elétrico, não sendo comum incluir diretamente a cobertura para desmoronamento e alagamento, o que é feito a pedido da empresa.

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