Seguros online: Modelo resgata fantasma da guerra de preços
Fonte: Valor Econômico
A venda de seguros on-line ressuscita uma velha assombração do mercado de seguros: a guerra de preços entre diferentes canais. Mário Sérgio, presidente do Sindicato dos Corretores de São Paulo (Sincor-SP), dá um aviso claro: o preço do seguro no corretor on-line não pode ser mais barato que do corretor tradicional.
O consumidor poderia fazer a compra mais barata pela internet depois de se aproveitar da experiência do corretor ao vivo, diz Mário.
Segundo Rodrigo Caixeta, presidente da corretora on-line Smartia, num primeiro momento os preços serão os mesmos das corretoras tradicionais.
Porém, ele conta que já há conversas para que no futuro sejam desenvolvidos produtos exclusivos para o canal on-line, com preços diferenciados. Outra possibilidade é a realização de promoções com base no público-alvo do mundo virtual, a geração Y.
José Ferrara, diretor executivo e de tecnologia da Tokio Marine, acredita que, desde que nenhuma seguradora tente arriscar a venda direta, não há por que temer uma guerra de preços entre os canais Há espaço para todos, diz.
Um episódio traumático do passado ajuda a entender, em parte, a origem da preocupação com a guerra de preços e a reticência das seguradoras em se aproximar da venda on-line. No início da década de 1990, a AIG ensaiou a venda de seguros por telefone no Brasil. O projeto chamava American Home e oferecia seguros com preços bem abaixo da média do mercado, ao mesmo tempo que trocava o corretor pelo 0800 - modelo que usava nas praças americanas.
O projeto fez água em parte porque o mercado brasileiro não aceitou bem a novidade, em parte pela pressão dos sindicatos dos corretores e de entidades de classe. Mário, do Sincor, conta que o sindicato convocou todos os corretores do país para ligar para o número do American Home, congestionando as linhas para consumidores.
Segundo ele, o sindicato já estuda ações contra possíveis seguradoras que tentem entrar no ambiente on-line sem seguir as regras do mercado. Estamos pensando o que fazer, se conseguimos acessar tanto a ponto de derrubar o servidor, por exemplo, conta. (FM e TF)
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