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Relação entre operadoras e médicos precisa avançar

Fonte: Brasil Econômico

Desentendimento sobre os honorários pagos por consulta reduz rede de profissionais credenciados e põe em xeque qualidade de serviços

A relação entre a classe médica e as operadoras de saúde brasileiras, responsáveis pelos serviços dos planos e seguros, ainda terá de percorrer um longo caminho para chegar a um denominador comum, que beneficie ambas as partes e garanta qualidade máxima na assistência aos pacientes. Os médicos reclamam dos baixos honorários pagos pelas operadoras por consultas médicas, da demora na liberação de procedimentos previstos em contrato e da interferência na autonomia das decisões médicas. Ações que, dizem, muitas vezes impactam na qualidade dos serviços prestados a umuniverso formado por 47 milhões de brasileiros usuários de planos privados de saúde.

Segundo o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, as manifestações públicas realizadas no ano passado e a suspensão no atendimento a beneficiários de alguns planos ajudaram a chamar a atenção para os problemas do setor, mas não foram suficientes para mobilizar todas as operadoras e mudar o cenário.

A Associação Médica Brasileira (AMB) também considera pequeno o avanço no relacionamento com as operadoras de saúde e diz que não foi suficiente para evitar que médicos especialistas deixassem de atender determinados convênios. "Os honorários continuam muito defasados, o que tem feito com que médicos de diferentes áreas prefiram atender em consultório particular em vez de trabalhar com planos de saúde", afirma Florentino de Araújo Cardoso Filho, presidente da AMB.

Impasse entre a classe médica e as operadoras de planos de saúde é mais evidente no pagamento de especialidades que dependem apenas da consulta. "O valor pago por atendimento fica em torno de R$ 40 e R$ 50, o que é muito baixo para cobrir as despesas tributárias e custos para manter um consultório", acrescenta Cardoso Filho.

Em relação à média nacional, houve um aumento desde o início das reivindicações dos profissionais da área, passando de R$ 27, em abril de 2011, para os atuais R$ 48. Porém, de acordo com Cid Carvalhaes, da Fenam, esse valor está distante da referência mínima defendida pela entidade, que é de R$ 100. "Algumas empresas já pagam isso, a Petrobrás é um exemplo. Isso mostra que é possível praticar esse valor". A base de remuneração também é muito distinta entre os estados.

As interposições de algumas operadoras nas decisões médicas, convergindo com a tendência de cortar custos, são outro grande obstáculo apontado pelas entidades, gerando mais desequilíbrio ao sistema.

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