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Previdência vai ter de diversificar com mais renda variável

Fonte: Folha de São Paulo

Hoje, 80% do patrimônio dos fundos de previdência privada está aplicado em investimento de renda fixa

Gestores dizem que há pressão para diminuir taxas e admitem que o governo também deveria baixar imposto

Para pagar o benefício prometido aos segurados, os fundos de previdência privada deverão investir em ações a ponto de se tornarem os maiores investidores da Bolsa nos próximos anos.

Também deverão aplicar em imóveis, fundos imobiliários, títulos de dívida privada e moedas, entre outros investimentos de renda variável, para compensar os juros baixos e se protegerem dos solavancos da inflação.

Hoje, 80% do patrimônio dos fundos de previdência privada está em renda fixa, segundo estimativa de Osvaldo Nascimento, vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada (Fenaprevi). Os fundos de previdência mais arrojados podem investir até 49% de seu patrimônio em renda variável. Os mais populares quase não têm aplicação de risco.

"Antes, não havia necessidade de correr risco porque o juro era alto. O cidadão agora começa a analisar seu perfil de risco, percebe as vantagens tributárias e observa como estão seus investimentos. Haverá um grande movimento para planos de maior risco", diz Nascimento.

"Os juros baixos trazem desafios para todos. O capital vai buscar mais retorno, e rentabilidade maior significa mais risco. Isso ocorreu em quase todos os países", diz Augusto Braúna Pinheiro, diretor financeiro da Brasilprev.

A indústria de previdência privada administra, hoje, cerca de R$ 300 bilhões dos segurados. Até 2020, deve passar de R$ 1 trilhão.

TAXA DE ADMINISTRAÇÃO

Os gestores afirmam que os juros baixos deverão pressionar os fundos de previdência a reduzir as taxas de administração, a exemplo do que ocorre com os fundos.

Além das taxas de administração, a expectativa é que o próprio governo seja levado, nos próximos anos, a rever os tributos associados à previdência privada.

As alíquotas atuais tornam proibitivos os investimentos feitos com um horizonte de menos de dez anos.

De acordo com Nascimento, não é verdade que os fundos de previdência brasileiros têm taxas de administração muito superiores às dos demais países.

Segundo ele, a maior diferença é que a maior parte dos fundos estrangeiros trabalha com porcentagem maior de renda variável.

Nascimento lembra que, diferentemente de outros segmentos, a portabilidade funciona na previdência, especialmente entre os clientes que já têm um patrimônio razoável acumulado.


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