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Susep pressiona Funenseg por nomeação de diretor financeiro

Fonte: Brasil247

CARGO PEDIDO POR LUCIANO SANTANNA (À ESQ.), QUE PODERIA IR PARA DIRIGENTE DO PT DO RIO DE JANEIRO, NÃO EXISTE NA ESTRUTURA DA ENTIDADE PRESIDIDA POR ROBERT BITTAR



Marco Damiani _247 – Com uma biblioteca de 30 mil volumes, três mil alunos em cursos de formação e, especialmente, um caixa fornido com cerca de R$ 300 milhões, a Funenseg – Fundação Escola Nacional de Seguros está despertando atenções e cobiças. Dias atrás, o presidente da entidade, Robert Bittar, que desenvolve sua gestão desde 2005, eleito e reeleito pelas quatro entidades mantenedoras (duas da iniciativa privada e duas de economia mista), foi procurado por ninguém menos que o presidente poderosa Susep – Superintendência de Seguros Privados, Luciano Santanna. A entidade é uma das quatro presentes no conselho de administração da Funenseg. Para surpresa de Bittar, Santanna tinha uma proposta engatilhada, resumida num currículo que ele fez questão de entregar dentro de um envelope timbrado da Susep. Nele, o nome do secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, Ivo Bucaresky, dirigente da seção fluminense do PT. Proposta: nomeação para o posto de diretor financeiro e administrativo da Funenseg. Detalhe: esse cargo não existe na estrutura da Fundação.

"Supreendentemente para mim, foi um pleito bastante incisivo", lembrou o presidente Bittar ao 247. "E até compreesível, à medida em que todos sempre querem gerir um caixa rico, enquanto na pobreza ninguem se abraça". Recentemente, um diretor da Funenseg se tornou titular da Susep e o gesto pode ser interpretado como uma tentativa de retribuição. Bittar concluiu, pelos termos da conversa, travada num restaurante do Rio de Janeiro, que Santanna poderia estar falando a partir de projeções feitas no Ministério da Fazenda, mas, em suas checagens, não identificou fonte nenhuma ligada à estrutura ministerial. Restou, então, a possibilidade de se tratar de um pleito partidário.

Qualquer que tenha sido a inspiração do gesto, no entanto, já é certo que não terá consequência prática. Em consultas informais a representantes do Conselho, como Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenaseg) e ao IRB do Brasil-RE, Bittar entendeu que a criação de um cargo para abrigar um novo diretor financeiro não seria adequado. Ele aproveitou para se certificar da falta de vontade entre a maioria dos conselheiros em relação a uma eventual mudança nos estatutos da Fenenseg, que poderia ter o efeito de ampliar a influência dos mantenedores públicos sobre os privados. "Não é o momento, agora, de fazer qualquer alteração", diz o presidente.

Com efeito, do modo como estão, os estatutos permitiram a Bittar tocar gestões que multiplicaram o caixa da entidade, hoje em muitas vezes superior ao orçamento anual de R$ 25 milhões. Com essa verba, a Fundação mantém presença física em 14 cidades brasileiras, leva seus cursos de formação e capacitação profissional a 52 municípios e realizou, no ano passado, nada menos que 265 palestras sobre seguros para o profissionais do mercado, clientes e leigos no assunto. A intenção, ali, é uma só: continuar realizando o trabalho sem interferências ruidosas. "O momento é o de reestabelecer o clima de harmonia e colaboração que sempre prevaleceu entre nós", define Robert Bittar. Quanto a Bucaresky, informações publicadas em colunas políticas dão conta de que ele será nomeado para a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

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