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Porto Seguro entra no mercado de capitalização

Fonte Valor Econômico

A Porto Seguro, maior seguradora de carros do país, deu os primeiros passos para entrar no mercado de títulos de capitalização. A seguradora recebeu ontem autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para constituir a Porto Seguro Capitalização com capital de R$ 13 milhões, o mínimo para atuar no segmento. Com isso, a empresa se prepara para entrar num mercado que dobrou de tamanho nos últimos cinco anos e faturou R$ 14 bilhões no ano passado.

O projeto ainda é bem embrionário. Foi resolvida a questão jurídica de montar a empresa. Falta resolver o lado operacional, diz Ricardo Fuzaro, diretor de relações com investidores da Porto. Segundo ele, a ideia inicial, ainda sem muito detalhamento, é oferecer produtos gerais de capitalização.

Ou seja, a Porto ainda não resolveu em quais modalidades de títulos de capitalização vai atuar. Esse mercado é dividido basicamente em títulos tradicionais, distribuídos pelos bancos, e modalidades de nicho, distribuídos por seguradoras sem canal bancário. As principais são a capitalização de incentivo e de aluguel. Na primeira, o título é acoplado a um produto (geralmente financeiro) para atrelar a ele a possibilidade de sorteio. No segundo caso, ele substitui o fiador ou depósito caução no aluguel.

Fontes de mercado avaliam que o interesse principal da Porto está na modalidade de aluguel. Hoje, a seguradora é líder no seguro garantia de aluguel, produto que cumpre a mesma função do fiador. O problema é que o seguro tem um processo de aprovação do cadastro mais rígido que a capitalização, e a Porto perde clientes por isso. A capitalização de aluguel seria uma alternativa para oferecer a esse cliente e mantê-lo dentro de casa.

Hoje a Porto Seguro já oferece seguros com um título de capitalização junto, mas comprado de outras empresas. Segundo um executivo do mercado, é provável que o volume de títulos adquiridos de outras seguradoras já justifique montar uma operação própria.

Esse mercado é disputado por 12 seguradoras e faturou entre janeiro e maio deste ano R$ 6,4 bilhões, um avanço de 18,5% na comparação anual, segundo os últimos dados da Susep. Os líderes são BrasilCap, do Banco do Brasil, e Bradesco Capitalização. Entre as modalidades de nicho, o principal é a SulaCap, que recentemente foi comprada pela SulAmérica. Um dos últimos a entrar nesse mercado foi o BNP Paribas, com a sua seguradora Cardif, em 2010.

Um grande conglomerado financeiro que não tenha títulos de capitalização acaba vulnerabilizado, já que a maior parte dos concorrentes tem o produto no portfólio, diz Ismar Torres, diretor executivo da FenaCap, federação que congrega empresas de capitalização. Ele afirma que há, na federação, outras consultas sobre a possibilidade de abertura de novas empresas do segmento.

Atual líder do mercado, a Brasilcap promete dificultar o trabalho da concorrência. Além da presença nas modalidades de incentivo e de aluguel, a empresa prepara mudanças nos títulos tradicionais. Nossa prioridade para o curto prazo é encontrar o canal e o produto ideais para popularizar a capitalização entre a população emergente, mas que não necessariamente tem acesso ao banco, diz Gilberto Lourenço, diretor comercial da Brasilcap.

Hoje, a venda de títulos de capitalização da Brasilcap está concentrada nos clientes do Banco do Brasil. A estratégia da empresa envolve usar outros canais, como correspondentes bancários, para vender produtos de tíquetes menores. E o Banco Postal, dos Correios, devem ter papel importante nesse projeto.

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