Fortalezense ainda não prioriza o seguro de veículos

Fonte: Diário do Nordeste

O aumento da frota de carro nas grandes cidades brasileiras é uma realidade evidente, mas muitos proprietários têm esquecido de contratar um seguro para se proteger contra eventuais roubos e acidentes.

Fernando Ponte, presidente da Federação Nacional de Veículos Automotores no Ceará (Fenabrave-CE), afirma que, até agosto de 2012 foram vendidos cerca de 15 mil carros novos em Fortaleza. Desse número, apenas 30% dos carros saíram das concessionárias com seguro.

Para especialistas, o seguro é uma questão de proteção do patrimônio conquistado com muito esforço FOTO: Melquíades Júnior

No entanto, o presidente ressalta que muitas pessoas contratam seguros fora das lojas, ou fazem endorso, transferindo seguros que já possuíam para o carro novo. Apesar das ressalvas, Fernando Ponte estima que menos da metade da frota de carros novos de Fortaleza possui seguro.

Roubo

Iuri Araújo é projetista de redes de TV a cabo e teve o carro roubado no último sábado (18), no bairro São João do Tauape. O Fiat Palio cor prata, de placa HXL 8618, de sua propriedade, foi levado por dois assaltantes armados.

O projetista afirma que o carro não tinha seguro pois não tinha condições de arcar com os valores exigidos pelas corretoras. A situação se tornou mais crítica para Iuri Araújo porque apenas oito das 36 prestações foram pagas. “Estou apavorado, porque o carro era a minha fonte de renda, sem ele não tenho condição de pagar a dívida”, lamenta.

Após o roubo, o projetista de redes registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) no 2º Distrito Policial, em Fortaleza, e a partir daí ele afirma que pouco foi resolvido. O carro de Iuri ainda não foi encontrado.

Proteção do patrimônio

Marco Sena, corretor de seguros, afirma que contratar um seguro vai muito além da sensação de tranquilidade, é uma questão de proteção do patrimônio conquistado com muito esforço. O corretor destaca que o serviço deveria ser contratado, principalmente, por proprietários que optaram por pagar os carros em longas prestações, para evitar dores de cabeça caso o veículo sofra uma colisão ou seja roubado.

Em relação à cobertura das seguradoras, Marco Sena explica que no ato da indenização o pagamento segue a tabela Fipe, estabelecida pela Superintendência de Seguros Privados (Susepe), órgão federal ligado ao Ministério da Fazenda que rege o mercado de seguros. Os valores, que variam a cada mês, são baseados no modelo e no ano do veículo, e podem ser menores do que os pagos na hora da compra do carro.

Um exemplo, caso o veículo tenha custado R$ 30 mil, sem juros, no ato da indenização, a seguradora irá pagar 100% do valor estabelecido pela Fipe, que pode ser abaixo do preço original do carro. Por isso, Marco Sena indica que, para evitar perda total, os proprietário contratem o serviço de cobertura de 110% da tabela fixa, em que aumenta o valor pago da indenização, com um acréscimo de R$ 70 ou R$ 80 nas parcelas.

Procedimentos

Após colisões e roubos, Marco Sena afirma que os segurados devem, além de registar um B.O, entrar em contato com o corretor de seguros, para que sejam realizados os procedimento legais. O corretor ainda ressalta que em casos de colisão parcial e perda total, é necessário relatório da perícia do juizado móvel, ou de um perito do Detran, e avaliação em uma oficina credenciada da seguradora.

Acompanhamento

Segundo o inspetor Daniel Carlos Alencar, da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas, os procedimentos que as vítimas devem tomar após o roubo é, imediatamente, registrar um B.O e acompanhar as investigações através do número do B.O na Delegacia de Roubos e Furtos.

Os dados dos veículos roubados são cadastrados no sistema nacional de processamentos Getran, acessado pelas polícias militar, civil e rodoviária - estadual e federal. O inspetor admite que nem sempre as investigações dão resultados. “Muitas vezes esperamos que os carros sejam abandonados na rua ou recebermos denúncias da população”, diz.