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Ex-Ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega critica criação da Segurobrás

Fonte: Exame.com

O ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria, Maílson da Nóbrega, criticou a criação da Segurobrás. "Essa ideia é coerente com o viés claramente estatista desse governo", diz Maílson. " Não faz o menor sentido." O economista explica que o governo deveria atuar apenas em algumas áreas específicas do mercado de seguros. Uma delas é a exportação para países que tenham risco político muito grande e que, portanto, não atraia o interesse das seguradoras privadas.

Outro setor é o agrícola. "Em algumas atividades rurais, o risco é tão elevado que o custo do prêmio é proibitivo. Nesse caso, cabe ao governo garantir a safra e o rebanho.Nóbrega diz que existirá conflito de interesse se o governo for assegurar seus próprios contratos (obras públicas). "Em nenhum canto do mundo, uma seguradora faz seguro do seu próprio sócio. Isso reduz a qualidade da cobertura porque a estatal seria menos exigente na hora de fechar o negócio, assumindo riscos enormes. Conhecemos o pagador final dessa conta que se chama contribuinte", diz Maílson.

O ex-ministro da Fazenda considera um "absurdo" o governo criar a "Segurobrás" por meio de Medida Provisória. "O normal num governo sério e civilizado é adotar duas etapas: estudar bem o assunto e colocar em discussão pública para colher a opinião de especialistas", afirma. "O governo desprezou essas etapas e ainda jogou no lixo uma possível participação do Congresso, numa atitude autoritária."

O sócio da Tendências Consultoria diz ainda que a criação de mais uma estatal embute o risco de parelhamento político da máquina. "Tirando algumas exceções - Banco Central, Banco do Brasil, BNDES e CVM -, o preenchimento de cargos nesse governo leva em conta a militância política. Dificilmente essa 'Segurobrás' será eficiente, e acabará se tornando mais uma fonte de gastos e desperdícios", conclui. 

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