Breaking News

Papel da nova estatal ainda gera protestos

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

A criação da Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias (ABGF), conhecida no mercado por Segurobrás, divide opiniões. Enquanto parte das lideranças aposta que o setor privado tem condições para superar a nova estatal caso haja uma concorrência direta, muitos outros seguradores temem um cenário pior,
com redução do espaço reservado às companhias privadas no exato momento de decolagem da atividade de seguros no Brasil.

Para o CEO de Seguros Gerais da Zurich, Hyung Mo Sung, por exemplo, ainda não foi definido o que, de fato, a nova empresa pode agregar ao mercado. “Se a Segurobrás não tiver reserva de mercado, tudo terá de ser licitado e ela será mais uma seguradora  competindo”, afirmou o executivo, ao participar esta semana
de evento na Câmara dos Corretores de Seguros de São Paulo.

Para ele, o quadro se agrava apenas se houver essa reserva de mercado. Mas, Hyung Mo Sung vê motivos para achar que a nova estatal não aceitará apenas os riscos ruins, porque, caso o faça, a decisão terá reflexos diretos no aumento de déficit público. “Hoje, mais de três mil empresas brasileiras estão sem cobertura de resseguro, devido à má qualidade dos riscos”, revelou.

Até em veículos

Já o presidente da Chubb Seguros, Acacio Queiroz, para quem há, inclusive, o risco de surgimento de um modelo monopolista, favorecendo a estatal em determinadas carteiras. “O risco existe e preocupa. A nova empresa não foi criada pelo governo só para ajudar nas obras de infraestrutura. Poderá também atuar no ramo de automóvel, por exemplo”, advertiu o executivo, em palestra na Associação Paulista de Técnicos de Seguros (APTS).

Acacio Queiroz disse ainda que parcela de culpa cabe ao setor privado. Na visão dele, a Segurobrás é também fruto da falta de união do mercado segurador. Para ele, se o setor privado não se unir, “haverá mais surpresas”.

Ele criticou ainda o fato de não haver um canal de diálogo constante entre o governo e os seguradores. Na avaliação dele, é incompreensível essa falta de abertura de diálogo diante da representatividade do mercado,
“que possui cerca de R$ 380 bilhões em reservas técnicas, conforme dados de junho deste ano”.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario