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Alta nas vendas de carros gera escassez de peças no mercado de reposição


Fonte: Folha de São Paulo

A redução temporária de IPI para a compra do zero-quilômetro tem beneficiado o consumidor, mas só até ele precisar levar o carro à oficina.

O aquecimento das vendas faz com que parte da produção de peças de reposição seja desviada para a montagem de automóveis novos.

As maiores queixas são quanto a falta de componentes da lataria e de itens mecânicos de baixa rotatividade, como mangueiras do sistema de refrigeração do motor.

SEM CAPÔ
A empresária Fabiana Zanelati, 41, conta que seu Citröen C3 ano 2012 sofreu um acidente e, por isso, ficou 87 dias parado na oficina à espera de um capô.

"Foi um transtorno, pois dependo do carro para trabalhar. Cheguei a gastar R$ 50 de táxi por dia."

Já o aposentado Antônio José de Sá, 60, relata que um motociclista arrancou o retrovisor esquerdo do Kia Picanto da família. "A importadora não tinha outro espelho no estoque e precisamos esperar três meses até que algum viesse da Coreia do Sul. E não dava para transitar sem a peça, que é item obrigatório."

Dono de uma funilaria na capital paulista, Brunno Guimarães conta que a lataria de modelos importados raros e de nacionais recém-lançados ou fora de linha costumam faltar com frequência.

"Peças para esses modelos levam, em média, 40 dias para chegar", calcula.

Para a Anfape (associação dos fabricantes de autopeças), a culpa pela falta de peças é das montadoras.

"Os fabricantes de carros monopolizam a produção de itens de estamparia, mas não conseguem abastecer todo o mercado de reposição e não querem que outras empresas o façam", diz Roberto Monteiro, presidente da instituição.

Já a Anfavea (associação das montadoras) diz que o desabastecimento não é generalizado, mas pontual.

"Para ter escala, algumas peças são confeccionadas em grandes lotes de tempos em tempos. Nesses intervalos, se houver picos de consumo, há risco de desabastecimento. Mas monitoramos os estoques", explica Cledorvino Belini, presidente da Anfavea.

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