Breaking News

Problemas financeiros afligem 25% das operadoras

Fonte Valor Econômico

Cerca de 25% das operadoras de planos de saúde em atividade - o que equivale a 339 convênios médicos - apresentam algum tipo de problema financeiro, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Todas elas estão sendo acompanhadas de perto pela agência reguladora.

Desse grupo de 339 operadoras em situação de risco, 72 já estão em fase de liquidação extrajudicial. Outras 127 estão sob "direção fiscal", processo em que a ANS intervém colocando um diretor fiscal dentro da empresa de plano de saúde para acompanhar a gestão do negócio durante um ano. Caso a operadora não atinja as metas prometidas, ela é fechada.

"A maioria das operadoras em direção fiscal é de pequeno porte, mas há também algumas de médio porte. A maioria delas acaba não conseguindo resolver suas pendências e vai para liquidação", disse Leandro Fonseca, diretor-adjunto da ANS. Um plano de saúde é classificado como de médio porte quando tem entre 20 mil e 100 mil clientes.

Há ainda 140 convênios médicos dentro do Programa de Adequação Econômica-Financeira da agência reguladora. Esse é o primeiro alerta de desequilíbrio nas contas das empresas, que a partir daí são obrigadas a apresentar um plano de recuperação.

Segundo Fonseca, o que tem levado as operadoras a tal situação é a falta de eficiência na gestão. "O mercado trabalhava em regime de caixa, sem muita prática de gestão de risco. Na época da inflação, as operadoras tinham bons resultados financeiros e tocavam seu negócio com esses ganhos", disse o diretor-adjunto da ANS.

Além disso, a agência passou a exigir uma série de reservas financeiras para casos de falência dos planos de saúde. Nesse atual cenário, muitas empresas operam com margens de lucro apertadas e não têm recursos para fazer as provisões exigidas pela agência reguladora.

Entre essas provisões estão, por exemplo, a exigência de que a operadora tenha uma reserva equivalente a 9,5% do total pago pelos contratantes dos planos ou 12% do valor dos procedimentos médicos pagos aos prestadores de serviço, como hospitais e laboratórios, o que for maior.

"As exigências de provisões não foram feitas de forma repentina. Foram dados prazos para que as operadoras fossem cumprindo aos poucos as exigências", disse o diretor da ANS. As operadoras têm até 2013 e 2017, dependendo do tipo de garantia, para se adequarem às exigências da agência.

Há em funcionamento no país cerca de 1,3 mil operadoras de planos de saúde, que atendem 48,7 milhões de usuários.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario