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Clientes vão precisar aceitar riscos maiores para conseguir ganhos

Fonte: Valor Econômico

O apetite por rendimento mais alto nos fundos de previdência exigirá dos clientes disposição ao risco e atenção às diversas classes de ativos presentes nas carteiras dos planos de perfil moderado e arrojado.

Segundo o vice-presidente da SulAmérica Investimentos, Marcelo Mello, em 2013, a pessoa física terá de aceitar mais riscos nos fundos de previdência de renda fixa se quiser atingir os ganhos obtidos neste ano. A melhor rentabilidade dos fundos de previdência estará atrelada às carteiras com títulos públicos de longo prazo em 2013, com diferentes classes de ativos (títulos públicos, ações, títulos privados).



Para Mello, este ano pode ser caracterizado pela gestão estrutural. Muitos profissionais mantiveram títulos públicos pré-fixados na carteira e aproveitaram os prêmios pagos pelos papéis mediante a queda contínua da taxa Selic. Agora, em 2013, o mercado trabalha com a manutenção da taxa em 7,25% ao ano. Por isso, será necessária a mudança de estilo para a gestão de trading (giro de curto prazo). "Ao comprar o papel pré-fixado, o ganho terá de ser capturado no curto prazo."

O planejador financeiro Valter Police Júnior afirma que, à medida que os anos passam, seria prudente diminuir gradativamente as ações do investimento. A idade dos 20 aos 30 anos permite arriscar mais o dinheiro acumulado em produtos de perfil moderado e agressivo para o melhor rendimento das aplicações.

Com juro menor, é preciso criar produtos diversificados para diferentes perfis de risco. Em mercados desenvolvidos, há mais de 15 planos de previdência, diz o vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Osvaldo do Nascimento.

Segundo Police Júnior, o plano de previdência é um produto importante para o futuro de qualquer pessoa. Ele deve ser contratado da maneira correta, com atenção aos regimes de tributação existentes e às diferenças entre eles (VGBL e PGBL). Além disso, a pessoa física tem de pesquisar seguradoras sólidas, renomadas, com gestores experientes.

"Por meio da internet, é possível pesquisar os nomes. Inclusive, prestando atenção na rentabilidade passada dos fundos de previdência oferecidos. Isso serve como indicativo daqueles profissionais quem se destacaram no passado, apesar de não garantir rentabilidade no futuro", afirma.

Também é possível pesquisar a taxa de administração cobrada pelo plano por meio da internet e em publicações especializadas. "A taxa aceitável para os fundos de previdência de renda fixa é de até 1% ao ano. Nos produtos com renda variável, quanto maior o percentual alocado em ações, maior a taxa de administração, podendo chegar a 2% ao ano", destaca Police Júnior.

No atual patamar da Selic (7,25% ao ano), o rendimento líquido dos planos de previdência de renda fixa, atrelados ao Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), não alcançaria 1% se descontada a taxa de inflação (ao redor de 4%) e taxa de administração de 2%.

Segundo o sócio da consultoria NetQuant, Marcelo Nazareth, estudo realizado com os fundos de previdência aberta mostra que aqueles com menores taxas de administração apresentam, em média, maiores retornos. O fato contraria o argumento de que os fundos com maiores taxas são os mais ativos, com maiores retornos, em média. "Depois de analisarmos a rentabilidade média por taxas de administração, observamos que há produtos de previdência caros, com taxa de administração alta e rendimento muito baixo." (AA)

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