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Concentração do setor de saúde avança

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

O processo de concentração no mercado de saúde suplementar avança no País. O último balanço da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgado em fevereiro, constata que sete operadoras de assistência médica com mais de 1 milhão de beneficiários já representam quase 30% do total do mercado, considerando-se os números fechados até setembro, os mais recentes. Segundo a agência, este processo de consolidação praticamente dobrou em três anos, fazendo o indicador que afere a concentração (HHI) passar de 1,23 para 2,45, em setembro. Este avanço reflete a diminuição no número de operadoras e de algumas transferências de carteiras entre operadoras, diz a ANS.

O processo de concentração é ainda mais acentuado no segmento de operadoras exclusivamente odontológicas. Tanto que a maior operadora exclusivamente odontológica detém mais de 30% dos vínculos de beneficiários desta segmentação, na qual as 402 menores possuem 10% do total de beneficiários, informa o estudo da ANS. “O HHI indica um grande aumento de concentração de dezembro de 2009 a setembro de 2012, reflexo, em grande parte, da operação entre a Odontroprev, maior empresa desse segmento, e o segmento odontológico da Bradesco”, diz o levantamento.

Segundo a ANS, em setembro de 2012 havia 48,7 milhões de beneficiários de planos de assistência médica e outros 18,4 milhões de planos exclusivamente odontológicos, atingindo um total de 67, 1 milhões de vínculos ou contratos.

O retrato de concentração se repete nos estados. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, quatro empresas têm, conjuntamente, 48% de participação do mercado de planos de assistência médica, embora a maior operadora, com 14% dos beneficiários de planos de assistência médica, seja a que, proporcionalmente, tenha a menor participação nas regiões metropolitanas estudadas. Não é diferente em São Paulo. Apesar do grande número de empresas com beneficiários em São Paulo (712), cinco grupos detêm mais de 50% de participação de mercado de planos de assistência médica.

A disputa acirrada e um marco regulatório mais severo alijam cada vez mais os grupos com fôlego financeiro limitado. Ainda segundo números da ANS, entre 2007 e 2012, 237 operadoras de saúde com beneficiários
fecharam as portas, fazendo o total de players caírem de 1.575 empresas para os atuais 1.338 registros. Nesse período, houve 92 processos de liquidação extrajudicial da ANS e outras 24 fusões ou aquisições realizadas. Em todo o mercado, foram cancelados 702 registros por motivos não expostos, entre eles, principalmente, casos de operadoras sem beneficiários. Segundo a ANS, entre os principais motivos para cancelamento de registro por liquidação extrajudicial, estão o não atendimento às normas previstas para autorização e o descumprimento de regimes especiais de direção fiscal.

Nos últimos dez anos, a modalidade de autogestões foi a que mais perdeu participação no mercado da saúde suplementar, tanto nas capitais quanto no interior. No País como um todo, apenas as cooperativas médicas tiveram aumento de participação entre os beneficiários de planos de assistência médica, aumentando seu predomínio no interior e reduzindo a diferença para as medicinas de grupo nas capitais.

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