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Começa hoje prazo de reserva na oferta da seguradora do BB

Fonte Valor Econômico

Por Antonio Perez | De São Paulo

Depois das ofertas de ações das pouco conhecidas empresas de tecnologia Linx e Senior Solution, um gigante empresarial vem ao mercado atrás do dinheiro do investidor. Começa hoje o prazo de reserva da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da BB Seguridade. O braço de seguros do Banco do Brasil vai oferecer inicialmente 500 milhões de papéis, com preço sugerido por ação entre R$ 15 a R$ 18. Do total ofertado, o varejo terá direito a uma fatia entre 18% (90 milhões de ações) e 30% (150 milhões). Levando em conta o preço médio de R$ 16,50 por papel e o teto de 30% de participação, o valor adquirido pelas pessoas físicas atingiria R$ 2,475 bilhões. Nessas condições, se 100 mil investidores participarem da oferta, seriam, em média, R$ 24,75 mil por investidor.

Para Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec-RJ, a ações da BB Seguridade são uma alternativa de investimento promissora. "Mesmo que fique no teto da faixa estimada, o papel não sairá caro. E o potencial de crescimento do negócio é enorme", afirma.




A compra de seguros, diz Braga, deve "explodir" nos próximos anos, com ascensão das classes C e D. Além disso, boa parte dos potenciais consumidores já são clientes do banco. "A BB Seguridade pode captar clientes sem muito esforço, o que a coloca à frente da concorrência", diz Braga. "Mas o investidor não pode ter pressa. Não é para investir dinheiro que pode ser necessário em uma emergência."

Além de poder realizar pedido de reserva das ações pelas corretoras, a pessoa física terá a possibilidade de participar por meio de um fundo de investimento, o FIA BB-Seg. Neste caso, em vez de pedir uma quantidade de ações, o investidor assina um termo de adesão ao fundo, disponível nas corretoras, com o valor que pretende aplicar. No fim da oferta, a pessoa terá cotas do fundo, que investirá em ações da BB Seguridade.

Antes de escolher a modalidade de participação, contudo, é preciso estar atento às diferenças. A primeira é o preço a ser desembolsado pela ação. No pedido de reserva tradicional, o investidor pode indicar o preço máximo que está disposto a pagar. Por exemplo: a pessoa indica, no momento do pedido, que aceita pagar no máximo R$ 18. Se o preço de venda ficar acima, o pedido será automaticamente cancelado. Quem comprar via fundo não poderá estabelecer preço máximo - ou seja, terá o papel seja qual for o preço definido.

Há também uma diferença entre o valor mínimo exigido para participar: R$ 1 mil na compra direta e R$ 200 via fundo. Outro ponto a que o investidor precisa estar atento é o custo. No prospecto preliminar da oferta, há uma simulação comparando os custos das duas opções para quem investir de R$ 1 mil até R$ 10 mil. Do lado da compra direta, as premissas são taxa de custódia de R$ 9 ao mês, taxa de corretagem de R$ 20 (o investidor vai pagar na hora de vender as ações) e emolumentos da bolsa. Os custos do fundo seriam taxa de administração de 1,5% ao ano mais o Imposto de Renda de 15% sobre os ganhos. Considerando o prazo de um ano e uma valorização de 10% dos papéis, a aplicação por meio do fundo seria mais vantajosa até R$ 5 mil. Acima disso, seria melhor comprar diretamente.

"Se o investidor já tem uma carteira de ações, provavelmente será mais vantajoso comprar diretamente, porque o custo adicional de custódia para os papéis da BB Seguridade será muito pequeno", afirma Braga. "Para quem não tem ações e vai aplicar pequenos valores, o fundo tende a ser melhor."

O empregado do BB que se dispuser a comprar as ações diretamente poderá optar por um plano de incentivo, com três opções. A primeira é comprar ações com dinheiro próprio. Também é possível "vender" para o BB benefícios como licença-prêmio, folgas e abonos. Nesses dois casos, o investidor receberá um bônus equivalente a 12% do valor das ações que adquiriu. Quem comprar, por exemplo, R$ 10 mil receberá R$ 1.200.

A terceira possibilidade é adquirir as ações por meio de financiamento. O Banco do Brasil empresta entre R$ 1 mil e R$ 12 mil, que serão quitados em 12 parcelas fixas sem juros. Quem optar por essa opção receberá bônus de 8,457%. Se comprar R$ 10 mil em ações, o empregado receberá R$ 845,70. Seja qual for a modalidade escolhida, o empregado só poderá vender os papéis após quatro meses.

Braga, do Ibmec-RJ, vê a oferta como uma oportunidade interessante para os empregados. Quem utilizar o plano de incentivo já tem um retorno imediato do investimento com recebimento do bônus. Outro ponto que joga a favor do investimento é a estabilidade no emprego, já que se trata de uma estatal. No setor privado, o investidor corre um risco duplo ao comprar as ações da empresa para qual trabalha: a queda do valor das ações e a perda do emprego. "No Banco do Brasil não existe isso. É só o risco de a ação não ter um bom desempenho", afirma Braga.

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