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Modelo argentino de desmonte de veículos inspira Brasil

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

País vizinho regula matéria e reuso de autopeças certificadas reduz em 50% o índice de roubo e furto, tendo reflexo direto nas coberturas securitárias, ao derrubar os preços dos contratos

Omercado brasileiro pretende seguir o modelo adotado na Argentina para reduzir as taxas de sinistralidade de perda total na carteira de veículos. Segundo o diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais ((Fenseg), Neival Rodrigues Freitas, no país vizinho, após a aprovação de uma lei que regulamentou os desmontes de veículos, o número de roubos e furtos de carros caiu 70%, em um primeiro momento, para, depois, se estabilizar em torno de 50%. “A redução se refletiu diretamente no preço do seguro, que teve queda expressiva”, conta o executivo.

Segundo ele, uma delegação brasileira, formada por seguradores e dirigentes da Superintendência de Seguros Privados (Susep), irá conhecer de perto o resultado obtido pela Argentina, para onde viaja em julho ou agosto. A data ainda não está fechada. O modelo da nação vizinha permite o controle mais efetivo, pela polícia, das oficinas de desmonte e obriga a identificação das peças reutilizadas, além de definir quais delas podem ser retiradas dos veículos desmontados, viabilizando a rastreabilidade.

Neival Freitas observa que uma regulamentação semelhante no Brasil pode viabilizar o seguro popular para veículos mais antigos, exatamente quando o mercado tenta atrair segmentos das classes sociais que jamais tiveram acesso ao seguro.

Vários estados e municípios brasileiros, inclusive, lembra, já aprovaram normas que tratam do desmonte de veículos. Para ele, contudo, é fundamental ter uma lei federal. No momento, dois projetos de lei tratam do assunto no Congresso Nacional. “São propostas muito importantes. Hoje, 436 mil veículos são roubados a cada ano no País, sendo que o índice de recuperação é de apenas 50%. Acreditamos que a maior parte desses veículos não localizados é destinada aos desmontes”, comenta o diretor da Fenseg.

Experiência portenha

Ao participar de recente evento promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), no Rio de Janeiro, o diretor do Centro de Experimentação e Segurança Viária da Argentina (Cesvi Argentina), Fabián Pons, revelou que, lá, a legislação começou a ser discutida em 1999, mas só foi aprovada anos depois. “A crise econômica da Argentina, ocorrida entre 2002 e 2003, elevou para níveis insuportáveis as taxas de roubo e furto de automóveis, obrigando o governo a reagir para barrar os desmontes ilegais”, disse Pons.

Depois de aprovada a lei argentina do desmanche legal, conhecida como Lei de Autopeças, a  própria Cesvi montou um centro de reciclagem de automóveis, recebendo veículos com perda total de várias seguradoras associadas.

Houve também um maior controle das oficinas de desmonte, sobretudo em Buenos Aires, provocando rápida e intensa queda do número de roubos e furtos. “Mas, a partir de 2011, o controle foi reduzido e a frequência de roubo deu novo salto, embora permanecendo bem abaixo dos índices de 2002 e 2003”, garantiu Fabián Pons.

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