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Otimismo norteia previsões para papéis da BB Seguridade

Fonte Valor Econômico

Passado pouco mais de um mês desde a estreia da ações da BB Seguridade na BM&FBovespa, em 29 de abril, instituições financeiras começaram a divulgar suas recomendações para os papéis ordinários (ON, com direito a voto) e sinalizaram que as perspectivas para a seguradora são promissoras.

BTG Pactual, J.P. Morgan e Bradesco Corretora iniciaram a cobertura das ações da seguradora com recomendações positivas e destacaram, em relatórios, que fatores como o espaço para crescimento no mercado brasileiro, a liderança da companhia, a alta rentabilidade e o "dividend yield" (relação entre o dividendo distribuído e o preço da ação) beneficiam a posição da BB Seguridade no setor. Na bolsa, a companhia enfrenta a concorrência da Porto Seguro e da SulAmérica.

Do ponto de vista negativo, a empresa está sujeita a riscos regulatórios e referentes ao controle estatal, e também a um aumento da concorrência e à dependência do Banco do Brasil para a distribuição dos produtos.

O BTG Pactual iniciou a cobertura de BB seguridade com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 22,00 ao fim de 2014 que, em conjunto com um dividend yield aproximado de 5%, oferece valorização potencial de 30%. Segundo os analistas Eduardo Rosman e Marcelo Henriques, no longo prazo, o setor de seguros se apresenta como uma proposta muito atrativa para investimento. Dentre as razões para sustentar a avaliação de que a BB Seguridade é um ótimo caso, o BTG cita a liderança no mercado e na rede de distribuição; a presença dominante em negócios altamente rentáveis; e a combinação ideal de apoio governamental e de parceiros privados especializados.

Os analistas ainda dizem que, uma vez que suas parcerias e o formato operacional são relativamente novos, a empresa poderá se beneficiar da maior inserção dos produtos na base de clientes do Banco do Brasil, da maior presença na faixa de clientes mais carentes de São Paulo e da região Norte, da captação de mais sinergias e de oferta maior de produtos.

Na visão da Bradesco Corretora, dentre as características que tornam a BB Seguridade um "caso único", estão a forte geração de caixa, dividend yield elevado, resultados fortes recorrentes e crescimento robusto. "Acreditamos que esses atributos merecem um prêmio em termos de valuation em relação a outras seguradoras brasileiras e internacionais listadas", afirmam Carlos Firetti, Rafael Frade e Gustavo Lôbo, em relatório.

Para a corretora, as principais fontes de crescimento da companhia devem partir das linhas de seguros de vida e planos de previdência, segmentos com margens elevadas e crescimento acima do mercado. A Bradesco tem recomendação "outperform" (desempenho acima da média do mercado) para as ações da BB Seguridade e preço-alvo de R$ 22,40 para dezembro.

O J.P. Morgan também iniciou a cobertura dos papéis da seguradora com rating "overweight" (desempenho acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 20,00 ao fim deste ano, com base num dividend yield de 4,2%. De acordo com os analistas Domingos Falavina, Saul Martinez e Christopher Delgado, a BB Seguridade é a primeira companhia listada a oferecer aos investidores acesso a prêmio e alto retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) no setor de seguros.

Os analistas do J.P. Morgan enxergam potencial para a BB Seguridade aproveitar a baixa penetração da indústria brasileira de seguros, principalmente por conta do amplo canal de distribuição via agências do Banco do Brasil. A empresa também poderá ser beneficiada pelo cenário atual, no qual os bancos poderão aumentar o foco nas vendas de seguros como alternativa à desaceleração do crédito.

A oferta pública inicial de ações da BB Seguridade movimentou R$ 11,5 bilhões. As ações da empresa de seguros, previdência e capitalização do banco foram vendidas a R$ 17,00, pouco acima do ponto médio do intervalo de preço sugerido, que variava de R$ 15 a R$ 18. Até sexta-feira, quando fecharam o pregão cotados a R$ 17,90, os papéis acumulavam alta de 5,3%.

Em congresso que reuniu gestores fundamentalistas na semana passada em São Paulo, Breno Guerbatin, sócio-gestor da Studio Investimentos, afirmou que foi a necessidade de levantar um volume grande de recursos no mercado que levou o Banco do Brasil a vender um de seus melhores negócios a um valor atraente.

"O foco em crescimento de seguros nos bancos privados é hoje muito grande e essa é uma avenida de crescimento óbvia", afirma. Segundo ele, a queda de rentabilidade em outros produtos fez com que os bancos passassem a priorizar o segmento nos últimos anos, indo além do mais disseminado seguro para veículos.

Os produtos com maior potencial de crescimento, como seguros de vida vinculados a empréstimos pessoais, estão nas mãos dos bancos, diz Guerbatin. "Cada banco está planejando o crescimento dentro de sua própria base de clientes e quem está fora tem muita dificuldade de competir", afirma. A penetração do Banco do Brasil, ainda pequena em relação aos concorrentes, diz, deve crescer com os investimentos dos últimos anos em sistemas para identificar as necessidades de cada cliente. O avanço, considera o gestor, deve acontecer independentemente do crescimento da economia.

(Colaboraram Luciana Seabra, Daniela Machado e Karin Sato)

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