Cenário desafiador para corretores: preços diferenciados, falta de apoio e vendas online

Fonte: CQCS

Quais são hoje as maiores preocupações dos corretores de seguros? Que sugestões eles mesmos fazem para avançar diante do cenário de desafios e mudanças, principalmente no que se refere às atividades dos pequenos e médios?

O corretor Ricardo Telles, da Oxley Seguros (Vitória/ES), afirma que possui uma pequena corretora, mas percebe nas seguradoras uma divergência entre o que pregam e o que fazem. “Tenho me empenhado em buscar novos mercados com foco em seguros de equipamentos, Rural e RC Obras. No entanto, não tenho nenhum apoio das companhias, apesar de defenderem que devemos diversificar a carteira”, declara.

“Solicitei à gerente de Contas de um grande grupo segurador mais informação, detalhes e material sobre Seguro Rural. Faz um mês e não recebi nenhum contato. Há uma semana, pedi o cálculo de RC Obras a outra grande seguradora. Liguei hoje para o gerente e a resposta foi que estão aguardando posição da matriz, em São Paulo. A impressão é que só querem trabalhar com grandes corretoras, dificultando as pequenas de crescerem”, dispara Ricardo.

Já o corretor Nelson Vlainich, da Helmo Adm. e Corretagem de Seguros (São Paulo/SP), aponta a mira para a falta de reconhecimento. “Enquanto não houver uma regulamentação efetiva do profissional de corretagem de seguros, via conselho federal da categoria, estaremos alijados do mercado. Nesse sentido, precisamos nos unir mais”, sugere.

O corretor Edson Carneiro de Teves, da Desk Central de Seguros (São Paulo/SP) concorda que a concorrência com as grandes corretoras é um dos maiores problemas para manter negócios em determinadas carteiras. “Tralhamos com um mínimo de comissão que seja digna e correspondente ao nosso trabalho. Mas se aparece na renovação uma proposta de uma corretora dominante em certo segmento, com um valor menor, fica ruim a situação com o segurado, pois ele pode pensar que estávamos levando vantagem ou até roubando nos últimos anos. Pode ser assim?”, indaga.

Edson também se preocupa com os sites de cotação e contratação online para seguro de Automóvel. “Conseguimos manter, a duras penas, a maioria dos clientes que temos em carteira, por ser uma geração que ainda valoriza o trabalho do corretor, porém os jovens que estão entrando no mercado, chamados de ‘Geração Y, não se preocupam com esse valioso detalhe e querem resolver a compra na hora e sozinhos, sem pedir opinião de ninguém”.