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Seguradoras criam estratégias para conquistar os jovens

Fonte: Valor Econômico

Por Gleise de Castro | Para o Valor, de São Paulo

O Bradesco Seguros lançou neste mês uma nova fase da campanha publicitária "Vai Que", que procura fazer com que o brasileiro, normalmente avesso a poupar, tente se precaver fazendo um plano de previdência privada. A campanha toca em dois desafios para o segmento de previdência complementar: convencer os brasileiros a poupar para o futuro e reduzir a idade em que eles costumam começar um plano para a aposentadoria. Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) mostram que a maior concentração de planos de previdência complementar está na faixa etária acima de 50 anos.

"Trata-se de uma cultura relativamente nova no Brasil e, como tal, enfrenta resistências, embora bem menores do que há uma década", diz Alexandre Nogueira, diretor do grupo Bradesco Seguros, do qual faz parte a Bradesco Vida e Previdência. "O desafio é reduzir a idade de ingresso e constituição dos planos, demonstrando ao participante que, quanto maior for o prazo de contribuição, menor será o valor do aporte exigido para alcançar a meta pretendida."

A principal estratégia de marketing do grupo é abordar a previdência no contexto mais abrangente da longevidade, procurando demonstrar a importância de fazer planejamento financeiro para a saúde e bem-estar. Com base nessa filosofia, a Bradesco cria iniciativas como o Fórum da Longevidade, destinado à discussão do tema e dos aspectos de proteção, previsibilidade e planejamento.

O Itaú Unibanco tenta dissociar previdência de aposentadoria. "Apresentamos aos clientes alguns outros motivos para contratarem o produto, como benefício fiscal do IR para planos PGBL, sucessão patrimonial e educação de filhos", diz Cristiane Magalhães, diretora de marketing de negócios. "Nos posicionamos como tradutor de investimentos, uma espécie de professor de dança que orienta os clientes e dá um empurrãozinho."

Atrair o público jovem é tarefa ainda mais difícil. A Bradesco aposta na venda dos chamados "planos para menores" para clientes com filhos ou dependentes menores de 21 anos, que tenham interesse em acumular recursos para investir em educação, como uma faculdade, um MBA ou um curso no exterior. O Itaú Unibanco também tem um plano desse tipo. "Pode ser um filho, neto, sobrinho ou afilhado, um pequeno querido", diz Cristiane Magalhães.

Para Marcelo Picanço, diretor de vida e previdência da Porto Seguro, o importante é não tentar aplicar fórmulas do passado. "Quem tem 22 anos não passou pela hiperinflação. A gente tem que se comunicar de forma diferente com a nova geração", afirma.

A Icatu Seguros investe na conquista do público jovem por meio de games, cursos on-line, simuladores e aplicativos. "Aposentadoria não é o sonho do jovem. Se você falar sobre isso em uma roda de jovens, ninguém presta atenção", diz Humberto Sardenberg, superintendente de marketing da Icatu. Segundo ele, o plano desse público é ter independência financeira para trabalhar se quiser, sem precisar.
 

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