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Concorrência do Itaú mobiliza dez seguradoras

Fonte: Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

O processo de concorrência de venda da operação de seguros de grandes riscos do Itaú começou e cerca de dez seguradoras vão participar das negociações, apurou o Valor.

A maioria das interessadas são seguradoras internacionais, que atuam com riscos complexos lá fora, e algumas já contrataram bancos de investimento para atuarem como assessores financeiros. A francesa Axa contratou o UBS, a Swiss Re escolheu o Credit Suisse e a Zurich, o J.P. Morgan.

Também estão no páreo a japonesa Sompo (dona das seguradoras Yasuda e Marítima no Brasil), as alemãs Allianz e HDI, a canadense Fairfax, a americana Ace, a italiana Generali e a bahamense Argo. A única brasileira na concorrência é a Austral, da gestora Vinci Partners, que deve atuar como assessora na operação.

Os grupos interessados estão no processo de assinatura dos termos de confidencialidade com o Itaú para receber um prospecto da operação. A partir daí, terão um mês para entregar as propostas iniciais de compra. Com elas em mãos, o Itaú vai escolher as melhores para abrir um data room da operação e sentar-se para negociar com esse grupo menor.

Procurado, o Itaú não se pronunciou. Todas as seguradoras citadas foram procuradas pela reportagem e não quiseram comentar o assunto. A Yasuda, subsidiária da Sompo, disse que considera "salutar e benéfico para o mercado concorrências como as citadas pela reportagem", mas acrescentou que o grupo "está, no momento, focado no processo de integração de suas subsidiárias Marítima Seguros e Yasuda Seguros".

O Itaú confirmou, no dia 23 de janeiro, que pretende vender sua operação de seguros de grandes riscos, conforme havia informado o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, um dia antes. No comunicado enviado ao mercado na época, o banco informou que o processo de venda seria competitivo e deveria ser iniciado "nos próximos dias".

O que está na mesa é a divisão de seguros corporativos, que tem grandes empresas como clientes. Essa carteira fatura cerca de R$ 1,7 bilhão em prêmios de seguros por ano e tem um lucro anual próximo de R$ 120 milhões, segundo um executivo do mercado.

Na teleconferência de resultados do quarto trimestre, Roberto Setubal, presidente do Itaú, disse que o banco está reposicionando suas operações de seguros, dando mais foco para produtos de vida e previdência.

A área de seguros de varejo, que tem no balcão do banco seu principal canal de distribuição, tem uma rentabilidade atrativa, ao redor de 30%, maior do que a de produtos bancários, inclusive. O retorno da operação de grandes riscos é bem menor, ao redor de 10%.

A área de seguros corporativos é altamente especializada e seus resultados são muito voláteis. Além disso, essas operações passaram a demandar mais capital desde que as regras de Basileia 3 entraram em vigor, no fim do ano passado. O índice de Basileia mede a capacidade de alavancagem dos bancos. Esse seria um dos motivos apontados por executivos do mercado para a venda.

Até 2009, o Itaú atuava na área por meio de uma joint venture com a americana XL, especializada em grandes riscos. A associação foi desfeita depois da fusão do Itaú com o Unibanco. Questionada se teria interesse em comprar a operação do Itaú, a XL não comentou o assunto.


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