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O futuro da previdência, o modelo que o Brasil pode seguir

Fonte: Revista Cobertura

Pensar em longevidade, envelhecimento da população, esbarra diretamente na questão de como ter uma previdência sustentável. Conduzida por Nilton Molina, presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon, uma mesa redonda reuniu o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, o maestro Alessandro Sangiorgi e a médica geriatra, Dra. Maria Margarete Simas Abi Saad, durante a 1ª Convenção Anual de Lideranças da seguradora, que aconteceu entre os dias 13 e 16 de fevereiro, em Foz do Iguaçu (PR).

Nilton Molina comentou que o tema Reforma da Previdência já tem mais de 40 anos e que até agora pouco feito. “Em 1972, eu já era segurador e o que eu chamo de países da Europa Velha (Espanha, Portugal, Holanda e França) já estavam no fim do bônus social, o que resultou no pacto intergeracional. Eu dizia ao ministro da Previdência, Luiz Gonzaga do Nascimento e Silva que era o momento certo de pensarmos na reforma e foi a minha grande decepção”, recorda-se.

Nos anos seguintes, Molina participou ativamente de estudos sobre a reforma da Previdência. Assim foi no governo FHC, no de Lula e mais recente no de Dilma Rousseff. “Pelos esforços, eu me sinto um dinossauro cansado”, declarou, perguntando ao economista Eduardo Giannetti da Fonseca, qual seria o modelo de financiamento da Previdência e da Saúde Social para os próximos 20 anos.

Em resposta, Giannetti também defendeu que a maneira sustentável é o pacto intergeracional, as contribuições dos trabalhadores da ativa sustentam os aposentados e pensionistas. “Mas deveríamos seguir o modelo chileno, um sistema de contribuição compulsória usada em um fundo não para beneficiar os que já estão aposentados, mas os que irão se aposentar no futuro. Os que já estão aposentados continuarão sendo sustentados, pois leva tempo para mudar o modelo”, analisou.

Segundo ele, a Previdência no setor público tem uma discrepância. “O regime atende a cerca de 4 milhões de aposentados, em valores acima dos pagos a todos os beneficiários do INSS e, também, os gastos são equivalentes ao de 40 milhões de crianças em escolas públicas”, comparou.

Na sequência, Nilton Molina comentou que do total da carga tributária, 36% do PIB, 12% é destinado à Previdência e 8% à Saúde. Giannetti emendou, dizendo que é melhor corrigir agora, que o custo é menor do que no futuro. “É uma questão de prioridade. Quando o governo quer fazer algo, o dinheiro aparece, como foi com a construção dos estádios para a Copa do Mundo e do porto do Chile”, defendeu.

Para o maestro Alessandro Sangiorgi, Nilton Molina perguntou como é na prática conduzir uma orquestra. “É uma relação diária com as pessoas que compõem a equipe para que a harmonia continue da melhor forma possível. É o casamento com a orquestra, que começa com a administração de egos, dos problemas. É preciso ter capacidade de saber ouvir, escutar, sentir as individualidades de cada um”, sintetizou o maestro. “Sem dúvida, há uma semelhança grande entre liderar uma empresa e uma orquestra”, complementou Molina.

Questionada sobre como administrar a questão física na velhice, Maria Margarete Simas Abi Saad respondeu para Molina que o segredo é entender os limites. “Velhice não é a melhor idade. Ela é melhor para o dono da farmácia e o dono da funerária. Quando se está bem da cabeça é pior, porque o corpo está deteriorando. Tem de entender os limites e colocar isso na cabeça; aceitar as limitações”, afirmou.

Fechando a mesa redonda, Nilton Molina afirmou que tudo o que foi dito tem a ver com o dia a dia da Mongeral Aegon. “Esse é o nosso dia a dia. O nosso negócio trata da felicidade das famílias, seguro para pessoas e previdência. O meu apelo é pensem na vida”, anunciou.

Longevidade, como se preparar

Tema em voga, a Longevidade e a necessidade de se preparar para o futuro com qualidade de vida, o que inclui ter renda, foi o alerta da médica geriatra, Maria Margarete Simas Abi Saab, durante a sua apresentação no evento. Segundo ela, quando falamos em longevidade, alguns fatores não podem ser alterados, como a genética. Mas outros dependem de cada um de nós, como o ambiente. "O que significa controlar a alimentação, evitar o sedentarismo, o tabagismo, o álcool e o estresse", pontuou.

Para exemplificar como os fatores externos influenciam, ela comparou os moradores do arquipélago de Okinawa, no Japão, com os seus descendentes que vieram para Goiás e Mato Grosso. "A carga genética é a mesma, mas essa população que veio para o Brasil vive 17 anos a menos. Isso porque em Okinawa, eles têm uma alimentação à base de peixe, são ativos e se exercitam. No Brasil, eles mudaram esses hábitos", exemplificou.

Geração em geração

Também de acordo com ela. "envelhecimento tem de ser com harmonia. As pessoas mais velhas são uma benção para os mais novos e eles têm de aprender com elas. Segundo Platão, envelhecer é uma arte!", declarou a médica.
Para exemplificar, Maria Margarete Simas Abi Saab, apresentou um estudo da Universidade de Harvard que avaliou os motivos pelos quais algumas pessoas vivem mais que as outras na mesma família.

"Entre os resultados, os fatores que pesaram são: ter decisão, disciplina e determinação; saber enfrentar as dificuldades e adversidades; evitar comportamento de riscos; cultivar os laços sociais e ter projeto para a aposentadoria de forma prazerosa.", citou, acrescentando que a população idosa é a que movimenta uma economia de planos de saúde e fundos de pensão.

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