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O nome do jogo é mobilidade

Fonte IstoÉ Dinheiro

 Um dos maiores desafios do setor de seguros nos próximos anos será vender apólices por meio de internet, tablet e celular

Por Andrea ASSEF

O comércio eletrônico brasileiro registrou números pujantes em 2013. O faturamento foi de R$ 28,8 bilhões, crescimento de 28% ante 2012, e nove milhões de pessoas fizeram sua primeira compra online, segundo a E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico. Agora, há 51,3 milhões de consumidores únicos que fizeram ao menos uma compra pela internet. As seguradoras não estão alheias a esse processo. O principal impulso está na Resolução 294 do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), do fim do ano passado, que autorizou a venda de apólices pela internet e obriga as seguradoras a garantir a segurança na troca de dados e informações, confirmar o recebimento de documentos e mensagens, permitir a impressão e fornecer versões físicas dos contratos.


Pequenas empresas já vendiam seguros automotivos pela internet, mas a burocracia e a falta de um marco legal impossibilitava a expansão. Agora, as líderes já oferecem produtos online. A Itaú Seguros acaba de lançar sua primeira loja virtual, em que oferece um seguro residencial e um seguro de acidentes pessoais em quatro opções de planos, com parcelas mensais que variam de R$ 14,90 a
R$ 33,90. “É um projeto piloto, pois queremos aprender mais sobre o comportamento do consumidor no ambiente online”, diz Fernando Teles, diretor da área. O uso das ferramentas online agiliza o processo.

“O cliente fica coberto mais rápido, na hora, e ainda há a redução dos custos administrativos”, afirma Eugênio Velasques, diretor executivo da Bradesco Seguros. Velasques diz que os meios remotos exigem que o mercado se reinvente. E as novas estratégias das corretoras vão considerar os quatro momentos críticos em seguros: a oferta, a contratação, a cobrança e o pós-venda. A experiência internacional mostra que os canais de venda devem ser diversificados, com a utilização da internet e da telefonia móvel, além de meios convencionais como caixas eletrônicos e telemarketing. 

 Teles, do Itaú: "nossa loja virtual é uma maneira de entender o comportamento do consumidor no ambiente online"

“Antes da nova regulamentação, o trabalho era dobrado, pois, além do registro eletrônico, era preciso mandar a documentação física para o cliente. Agora, apenas registramos a apólice em nossos computadores e a impressão do documento pode ser feita depois, pelo próprio consumidor”, diz Velasques. Cristiano A. Oliveira, vice-presidente da corretora Aon, avalia que, no Brasil, o setor ainda ignora o comércio digital. Ele calcula que 55% dos seguros na Inglaterra são vendidos online e que o percentual nos Estados Unidos é de 35%. “Atualmente, 100% das vendas de seguros para animais de estimação são feitas online nos Estados Unidos, utilizando principalmente as redes sociais”, diz ele. “É difícil trabalhar meios simplificados de venda de forma remota, mas é uma questão de tempo”, diz Oliveira.

Isso fica mais fácil para as empresas que já nascem online, como a EscolherSeguro, fundada em 2011 pelos empreendedores holandeses Pieter Lekkerkerk e Marco Kemp, e a corretora Sossego. A EscolherSeguro oferece diversas apólices automotivas, residenciais, de vida e planos de saúde e odontológicos com foco nas pessoas físicas. Ela tem seis mil clientes e fechou parcerias com 24 seguradoras. O faturamento foi de R$ 1 milhão no ano passado. Sua meta é encerrar 2014 com até 15 mil clientes em carteira e faturar até R$ 3 milhões. “As seguradoras estão um pouco receosas, pois os negócios oriundos das corretoras online têm gerado prejuízo, pois há poucas vendas em proporção ao custo que as seguradoras tiveram para disponibilizar, integrar e homologar os serviços online”, diz Lekkerkek. “No entanto, ainda estão na curva de aprendizagem e querem entender melhor esse mercado.”


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