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Setor tem desafios para sua evolução

Fonte: Valor Econômico

Com tantas obras de infraestrutura para serem feitas no Brasil, de logística, geração e distribuição de energia, riscos não faltam. Há mercado para as empresas do setor de seguros e resseguros. No entanto, profissionais da área são unânimes em dizer que há desafios a serem superados para a evolução do setor. Entre eles: ajuste de preço e de mercado para o resultado saudável das companhias, internacionalização para a diversificação dos riscos geográficos e especialização em nichos com pouca atuação dos seguros e resseguros.

O faturamento, entendido como volume de prêmios no setor de resseguros, subiu em 2013 em relação a 2012. A perspectiva é de que continuará crescendo em ritmo forte, na casa dos dois dígitos, nos próximos anos. Apesar disso, profissionais apontam que o resultado de 2013 não foi saudável para o setor, que registrou queda significativa do lucro. Esse resultado não seria sustentável no médio e longo prazo.

Para as resseguradoras locais, o volume de sinistro cresceu perto do mesmo ritmo do crescimento de prêmio. A sinistralidade, em 2012, foi de 90%, e a sinistralidade de 2013, de 88%. No mercado internacional, a sinistralidade gira em torno de 60% a 65%. O fato é que, em 2012, as resseguradoras transferiram grande parte das perdas para o mercado internacional por meio de uma operação chamada retrocessão. Assim, o baque com os resultados baixos foi atenuado. A situação se agravou em 2013, quando as resseguradoras não conseguiram transferir parte das perdas para o mercado internacional. Dessa forma, houve redução significativa do lucro no setor em 2013, explica o diretor financeiro e operacional da resseguradora Terra Brasis, Rodrigo Botti.

Outros fatores contribuem para o cenário de reduzido lucro para as operações realizadas em 2013 pelas empresas de resseguros, explica o presidente do IRB Re, Leonardo Paixão. Segundo ele, há excesso de capital no setor de resseguros no mundo todo. Isso coloca o preço para baixo. Também a entrada de mais companhias de resseguros no Brasil. Para ganhar mercado, elas focam no curto prazo com preços menores. "Hoje, há uma centena de resseguradoras no país. Outras ainda estão chegando em um ritmo menos intenso. Acredito que entre 12 e 18 meses o movimento de novos entrantes seja finalizado", diz Paixão.

Para o presidente da Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), Paulo Pereira, diante do número de competidores e do lucro menor em 2013, em algum momento, no curto ou médio prazo, haverá a redução do número de resseguradoras. "É difícil precisar quando, mas haverá uma reviravolta porque o ressegurador terá de ganhar dinheiro para a sustentabilidade da operação", diz.

Para o presidente do IRB Re, assim que terminar o movimento de entrada de players no mercado brasileiro de resseguro, pode haver vendas de operações no país, venda de carteiras, por exemplo. "Deverá ser um movimento saudável porque as empresas não conseguem perder dinheiro no longo prazo", diz.

Após essa fase de ajuste de players no mercado, que atuam em diversos setores, será possível ver as resseguradoras se especializando em determinados nichos. "Há reduzida presença das resseguradoras no setor agrícola, no setor de saúde, de produtos de previdência privada e no pré-sal", diz o presidente da Fenaber, Paulo Pereira, também presidente da Transatlantic Re no Brasil. Segundo Botti, o setor assistirá à segmentação daqui a 10 ou 20 anos, com o amadurecimento do mercado no longo prazo. Para ele, a especialização em nichos poderá ocorrer por setores de atuação e até por região no país.




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