Cade aprova venda da ISSC, do Itaú Unibanco, para grupo segurador ACE
Fonte: Valor Econômico
Por Mônica Izaguirre | Valor
BRASÍLIA - A autoridade brasileira antitruste aprovou, sem restrições, a venda de 100% do capital social da Itaú Seguros Soluções Corporativas S.A. (ISSC) para a ACE Ina Internacional Holdings Ltd.. Tomada no âmbito da Superintendência-Geral da autarquia, a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foi publicada no “Diário Oficial da União” desta terça-feira.
A compradora é uma empresa americana cujo controlador, a ACE Limited, tem sede na Suíça. O grupo ACE oferece produtos de seguros e resseguros em mais de 50 países, incluindo o Brasil.
Na documentação entregue ao Cade, o grupo brasileiro Itaú Unibanco, dono da empresa objeto, explica que pretende se focar na comercialização de seguros massificados, tipicamente relacionados ao varejo bancário. Por isso, a operação também envolve a cisão da carteira da Itaú Seguros S.A., empresa que permanecerá com o grupo brasileiro, e a transformação da ISSC em seguradora operacional.
Com a cisão, a Itaú Seguros vai transferir à empresa a ser vendida, antes da alienação, a parte da carteira relativa a seguros de grandes riscos, ficando com o restante. Conforme o vendedor, a parte a ser transferida compreende patrimônio líquido de R$ 364 milhões, ativos de R$ 5,8 bilhões, provisões técnicas de R$ 4,6 bilhões e 323 funcionários, se considerados dados de 31 de dezembro de 2013.
A ACE, por sua vez, explica que a aquisição permitirá “complementar e aprofundar a presença do grupo no Brasil”. Em fato relevante divulgado ao mercado no último dia 4 de julho, o Itaú Unibanco já tinha informado que a compradora vai pagar R$ 1,515 bilhão ao banco e a outras empresas do grupo que detêm participação na ISSC. No lucro do banco, estima-se que a operação terá efeito contábil de R$ 1,1 bilhão, antes de impostos.
O negócio implicará sobreposição horizontal de atividades em seis tipos de seguro (responsabilida des, aeronáutico, patrimonial, rural, transportes e ainda o de riscos financeiros). Em outros três – riscos especiais, cascos e marítimos – haverá substituição de agente econômico, com a entrada da ACE no lugar do Itaú Unibanco.
Apesar da sobreposição, o Cade aprovou a operação por considerar que a concentração de mercado dela resultante não é relevante o suficiente para gerar preocupações de ordem concorrencial.
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