Breaking News

CNSeg projeta reação do setor neste semestre

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Mesmo com cenário econômico adverso, entidade mantém projeção de crescimento de dois dígitos para o mercado este ano, alavancado pelas vendas de planos previdenciários

O cenário econômico, de baixo crescimento, não impedirá que o mercado segurador feche o ano crescendo na faixa de dois dígitos, na avaliação do presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Marco Antonio Rossi. Ele projeta alta nas vendas de 11%, ante a previsão inicial de 15,6%, sobre 2013, e não vê as questões econômicas impactando severamente a atividade de seguros, que ainda é favorecida pela manutenção do emprego e da renda do trabalhador. Para ele, a inflação tem reflexos sobre o setor mais a longo prazo.

Marco Rossi, que também preside o grupo Bradesco Seguros, acredita que o desempenho do mercado segurador será melhor ao longo deste semestre, com a previdência complementar aberta dando impulso decisivo para que o setor chegue a dezembro dentro da expansão estimada de 11%. De acordo com a sua análise, os planos VGBLs e PGBLs, que vivenciaram um mau primeiro semestre, tendem a se recuperar neste terceiro trimestre.

Ao longo dos seis meses iniciais do ano, ele revelou que o mercado captou receita de prêmios da ordem de R$ 89 bilhões, sem considerar o segmento da saúde suplementar. Sobre igual período de 2013, o faturamento subiu 5%.

Otimismo

Na avaliação de Marco Rossi, o desempenho do seguro nos próximos anos é promissor, apesar das incertezas no campo econômico. Otimista, assinalou que há grande potencial de crescimento no País, como apontam pesquisas recentes revelando a existência de um contingente de milhões de brasileiros com a vida, a saúde, a residência e o automóvel ainda sem a proteção de uma cobertura securitária. “Todos são consumidores em potencial, que podem alavancar a expansão do setor. A população brasileira ainda compra poucos seguros se compararmos com o restante do mundo”, afirmou o executivo ao participar de eventos na quarta e quinta-feira em Porto Alegre e São Paulo.

Ainda assim, para o presidente da CNSeg, o setor precisa enfrentar e superar alguns importantes desafios visando retomar a expansão acelerada da última década, quando o seguro triplicou de tamanho. Ele entende que é preciso investir forte em inovação e mobilidade e direcionar o foco de atuação para a conquista de novos consumidores, particularmente entre as camadas mais jovens da população e as classes de menor poder aquisitivo. “A penetração ainda é muito baixa nas classes C e D”, comentou.

Segundo sua análise, há uma relação direta entre qualidade de vida e consumo de seguros. Nesse contexto, Marco Rossi destacou que é preciso entender a “importância muito grande” do seguro, como ocorre em países onde a qualidade de vida das pessoas é alta. “Nessas nações, o consumo de seguros é um dos pontos fortes”, observou, lembrando que o Brasil é, hoje, o 44º colocado no ranking mundial em termos de prêmios de seguros per capita.

Em tratativas

A CNSeg vem, inclusive, conversando com o governo sobre a necessidade de se oferecer ao mercado de seguros as condições adequadas para o seu crescimento sustentado, a partir da aprovação de uma legislação que permita um retorno mais adequado para a aplicação de recursos provisionadas nas reservas técnicas. A contrapartida, garantiu Rossi, é bastante expressiva. “O mercado de seguros é importante para o desenvolvimento dos países, com suas carteiras de investimentos expressivas”,
disse.

A simplificação do processo de contratação de seguros é outra demanda do setor juntos ao governos. A intenção é permitir que a sociedade não veja mais o seguro como produto voltado para pessoas com maior renda.

Já para conquistar os consumidores mais jovens, a ideia é investir em produtos, serviços e sistemas inovadores. “A forma de comunicação é diferente na nova geração. Corretores e seguradoras devem levar esse fator em conta para chegar até esses consumidores”, prescreveu Marco Rossi.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario