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Economia fraca pode afetar receita de seguradoras

Fonte: Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

As seguradoras devem apresentar bons resultados no quarto trimestre de 2014, período sazonalmente forte. Mas a atenção dos analistas ao balanço final do ano passado estará mais voltada para a expectativa das companhias quanto ao impacto da desaceleração econômica sobre a receita das seguradoras neste ano - tema que deve dominar as teleconferências.

A estimativa do mercado é que a economia fraca afete mais os resultados futuros de BB Seguridade, pois deve impactar segmentos importantes para a companhia, como os de seguro de vida, previdência, rural e prestamista. Porto Seguro e SulAmérica têm uma dinâmica mais ligada aos ramos em que são focados: seguro de automóvel e saúde, respectivamente.

"O quarto trimestre é tipicamente o mais forte do ano. Não esperamos nada diferente desta vez, mas acreditamos que pode haver indicações crescentes do impacto do cenário macroeconômico mais fraco, especialmente na parte superior [receitas]

Isso poderia se materializar em crescimento de volume de prêmios mais fraco em automóvel e contribuições de previdência e aumento de indenizações em saúde - em decorrência do aumento do desemprego", avalia a equipe de análise do Goldman Sachs, em relatório.

Para BB Seguridade, a média das estimativas de cinco analistas consultados pelo Valor aponta lucro líquido de R$ 909 milhões no quarto trimestre, equivalente a um avanço de 29% sobre igual período do ano anterior. Os analistas esperam que o resultado da holding de seguros do Banco do Brasil comece a mostrar alguma acomodação por conta do "efeito base" - no quarto trimestre de 2013, que foi bastante forte, o avanço do prêmio foi de 50% em relação ao mesmo período de 2012.

Quanto aos prêmios emitidos no trimestre, a equipe de análise do Bradesco BBI espera que os destaques positivos sejam a receita de seguro prestamista na operação de vida e rural (BB Mapfre SH1) e o aumento das contribuições de previdência à Brasilprev. Essas duas operações, que contribuem com quase 80% do resultado, são o foco da companhia e, por isso, serão as que continuarão a ter um "guidance" numérico.

Para a Porto Seguro, a média das estimativas de seis analistas consultados é de lucro líquido de R$ 279 milhões, o que representaria um avanço de 20% em relação ao mesmo período de 2013. Os analistas esperam que a companhia mostre uma aceleração do volume de prêmios de seguros de automóvel, principalmente da marca Azul, de custo mais baixo. Tal expectativa e um menor volume de indenizações nessa carteira devem garantir o crescimento da última linha do balanço.

Já para SulAmérica, os analistas esperam recuo do lucro, pois a alta inflação dos custos médicos deve ofuscar a receita sazonal mais alta do trimestre. A média de projeção de seis analistas consultados é de lucro líquido de R$ 266 milhões, equivalente a uma queda de 7%. A equipe do UBS observa que, apesar de mais um forte ano de reajuste de preços do seguro saúde, espera-se uma desaceleração do crescimento do volume de prêmios dessa carteira para 11,5% em 12 meses.

Em eventos do setor e encontros com a imprensa, executivos do setor têm minimizado o impacto da desaceleração do PIB. Eles afirmam que o setor ainda tem pouco alcance na população e representatividade na economia - quando comparado ao desempenho em outros países - e, por isso, ainda deve apresentar crescimento consistente este ano. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) estima aumento das receitas em torno de 12% em 2015.


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