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SulAmérica faz parceria em saúde com Healthways

Fonte: Valor Econômico

Por Felipe Marques | De São Paulo

A SulAmérica e a empresa americana Healthways, que provê serviços relacionados à saúde, anunciaram ontem acordo para criação de uma joint venture no Brasil. A parceria tenta endereçar um dos desafios estruturais que a seguradora enfrenta: a alta taxa de indenização do segmento saúde e odontológico, principal área de atuação da empresa.

A lógica é que a aliança com a Healthways aumentará a capacidade da SulAmérica de prevenir doenças e tratar pacientes crônicos, reduzindo custos com tratamentos efetivos. As ações também incluem acompanhamento pós-hospitalar, para evitar que o paciente volte a ser internado.

Para viabilizar a aliança, SulAmérica e Healthways vão criar nova empresa, a Healthways do Brasil, em que a seguradora terá uma participação de 49%. O acordo prevê que a SulAmérica pagará cerca de R$ 250 milhões à Healthways do Brasil ao longo dos próximos cinco anos pelos serviços que a nova empresa prestará à seguradora.

"Neste ano, os pagamentos pelos serviços devem ficar perto de R$ 20 milhões", afirma Arthur Farme D'Amoed Neto, diretor de relações com investidores da companhia. Além desse compromisso de cinco anos, a SulAmérica também fará um aporte na Healthways do Brasil, empresa na qual terá 49% de participação. Farme não especificou o valor do aporte.

"Temos uma série de serviços, como o acompanhamento de doenças crônicas, que são prestados por pequenas e médias empresas espalhadas pelo Brasil. O plano é migrar esses serviços para a Healthways", diz Farme. Segundo ele, a companhia fará os pagamentos e o aporte com o caixa livre da companhia, sem necessidade de captação de recursos no mercado.

Até o fim do ano, a Healthways atenderá cerca de 30 milhões de segurados da SulAmérica, hoje acompanhados por outros programas, afirma Nicolas Toth, presidente da Healthways do Brasil.

Os segmentos saúde e odontológico são, de longe, o carro-chefe da SulAmérica e representam cerca de 71% da receita da companhia. Em números de 2014, isso equivale a R$ 9,6 bilhões em prêmios de seguros. A questão, porém, é que eles apresentam um volume de perdas muito maior que as demais áreas da seguradora. A taxa de sinistralidade de saúde (relação entre receita e indenizações pagas) foi de 81,4% no segmento em 2014, ante uma média de 74,9% na empresa como um todo.

"A joint venture oferece alternativas para a SulAmérica fomentar o cuidado preventivo de saúde, muito menos caro que o tratamento regular", destacam os analistas do Credit Suisse, em relatório. Eles afirmam que, em 2015, há duas frentes crescentes de pressão sobre os custos do segmento: o avanço significativo da inflação médica e a desvalorização do real, que impacta o preço de equipamentos.

"É uma decisão estratégica que vai nos ajudar a reduzir os gastos com sinistros de saúde no médio e longo prazo", diz o presidente da SulAmérica, Gabriel Portela.

SulAmérica e Healthways já tinham começado uma parceria anteriormente. Em 2013, implementaram juntas a plataforma "Saúde Ativa", com foco em prevenção de doenças de 8 mil pessoas.

"Será uma forma de trazermos ao Brasil a série de inovações que fizemos pelo mundo nos últimos anos", afirma Peter Choueri, presidente da Healthways International. Além de empresas de saúde, a Healthways atende companhias de outros setores e até mesmo governos. São iniciativas que envolvem tecnologias novas de diagnóstico, bancos de dados que ajudam na prevenção de doenças e programas de incentivo para mudanças de hábito em empresas.

Entre as mais pitorescas inovações, há clientes da Healthways que chegaram a instalar esteiras (sim, como as de academia) em salas de reunião, para diminuir o sedentarismo. Há também adaptações em escritórios para fazer o funcionário trabalhar parte do dia em pé e que soltam alertas para que lembrem de beber água. Tudo em nome de uma vida mais saudável, é claro.

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