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Para especialista, rejeição do público ao microsseguro é a baixa indenização

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

A receita de prêmios superior a 100 milhões de euros movimentada em 2014 em países da Ásia, África e América Latina, na avaliação da coordenadora da cátedra de Microsseguros da Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP), Ana Rita Petraroli, pode transmitir a impressão de que o segmento é lucrativo. “Mas não é”, sentencia, para sustentar, em seguida, que, comparado aos resultados globais do mercado de seguros, o faturamento do microsseguro representa quase nada, ainda que tenha crescido 32% no ano passado.

Ana Rita, que é advogada, ressalta que em outros mercados esse produto já deixou de ser visto como uma promessa de lucratividade. “Lá fora, as empresas veem o microsseguro como um dever social”, conta ela, que participou recentemente de um evento em São Paulo sobre microsseguros promovido pela Associação Paulista de Técnicos de Seguro e ANSP.

Falta educação financeira

Sua opinião coincide com os resultados de uma pesquisa vivencial realizada em comunidades do Rio de Janeiro e São Paulo, que apontou o baixo valor da indenização como principal motivo de rejeição ao microsseguro. Por isso, na opinião dela, o mercado deveria ter estudado melhor seu público-alvo. “Pensamos que o consumidor de baixa renda acharia o máximo ter algo que ainda não tinha. Mas, ele se sentiu ofendido”, afirma, lembrando que, diferentemente do Brasil, em outros países o microsseguro nasceu atrelado ao microcrédito. “Esquecemos de algo que o mercado financeiro pratica há mais tempo: a educação financeira”, aponta.

Um dos grandes benefícios trazidos pela regulamentação do microsseguro, na visão da especialista, foi a possibilidade de a venda ser efetuada por meios remotos. “A tecnologia tem o potencial de ajudar a atender vários desafios importantes na oferta de microsseguro, como melhorar a acessibilidade, alcançar clientes, especialmente em áreas remotas, cobrar prêmios pequenos e pagar sinistros válidos”, comenta.

Ela adverte, contudo, que a tecnologia também traz riscos. Assim, orienta que os investimentos devem vir acompanhados da padronização de dados, conectividade compatível com o público consumidor e capital humano. “É importante saber quais são os problemas que precisam ser resolvidos e então analisar se a tecnologia é uma boa escolha”, prescreve Ana Rita Petraroli.

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