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Presente instával, futuro...seguro

Fonte: Forbes Brasil

O potencial do mercado de seguros no Brasil é enorme. Por isso é que gigantes como a italiana Generali resolveram voltar suas baterias para o país. A companhia atua no Brasil desde 1925 (foi a primeira seguradora estrangeira a chegar aqui), e em agosto do ano passado chamou um profissional com mais de 30 anos de experiência, Hyung Mo Sung, para liderar sua filial local. “O mercado brasileiro tem amplo potencial de crescimento para seguros. O volume movimentado no país não passa de 4% de toda a produção da economia, bem abaixo de nações como os Estados Unidos (7,5%), Japão (11,1%) e Inglaterra (11,5%)”, afirma Mo Sung. Mas quais são os nichos nesse mercado no Brasil que se mostram mais promissores? “Destacaria as inovações em seguro de automóveis”, responde ele. “A tendência é o uso de tecnologia embarcada, telemática, o que já tem grande força na Europa. Lá é possível monitorar o perfil de condução do motorista e ajustar o preço do seguro às informações capturadas. Além disso, o Brasil conta com diversos projetos de infraestrutura em andamento, os quais necessitarão de seguros patrimoniais e de engenharia.”
Uma classe de empresas terá um papel relevante a desempenhar no setor. São as corretoras, que fazem a ponte entre clientes e seguradoras (veja boxe). Uma das maiores é a Marsh Brasil, comandada por Eugenio Paschoal. Ele avisa: essa indústria tem de se modernizar no país. “Não podemos mais viver na dependência de um processo de emissão de apólices que, em muitos casos, demora até seis meses. O consumidor acaba comprando uma promessa e não um contrato. A ineficiência do mercado é enorme em comparação ao sistema bancário, por exemplo, onde o extrato de uma conta chega aos olhos do cliente instantaneamente, de forma precisa, dispensando conferências”, ressalta.

Outra importante corretora é a Aon Brasil, com mais de 1.200 funcionários e 11 escritórios no país. Marcelo Munerato de Almeida, seu CEO, traz ao debate um dado significativo: os gigantes mundiais dessa indústria já estão quase todos por aqui — e os que ainda não vieram, deverão vir. “Nos últimos dois anos houve investimentos relevantes de corporações multinacionais no Brasil, tanto em seguros gerais quanto em seguros focados em pessoas”, diz ele. “Os principais players globais fazem parte do mercado local, que é muito bem estruturado.” Bem estruturado e peculiar: “Somos por índole mais preocupados com o aqui e agora. Quando observamos nosso mercado, vemos que o brasileiro oferece
sua atenção para seguros de automóveis e de objetos de valor, ao passo que outros países visam o futuro, adquirindo mais apólices de vida e previdência. Nossa cultura é claramente diversa, e temos que adequar produtos, serviços e soluções às demandas do consumidor”, adverte Munerato.

Mas, sui generis ou não, o fato é que os seguros no Brasil atravessam um ano desafiador. E como o vêm enfrentando? Um dos maiores especialistas do país nesse campo, o consultor Francisco Galiza, responde: “Quando comparado a uns dois ou três anos atrás, o setor está pior, como de resto toda a economia. Mas, em relação a outras áreas — a indústria, em especial —, está melhor. A vantagem é que temos um potencial muito grande para crescer. As desvantagens são a renda menor dos brasileiros quando comparada à de países mais desenvolvidos, o que inibe a aquisição de apólices, e a falta de uma ‘cultura de seguros’ na população”. São de Galiza, por sinal, os mais respeitados rankings de seguradoras do país. Ele os faz, anualmente, sob encomenda do SincorSP (Sindicato dos Corretores de Seguros e Resseguros no Estado de São Paulo).
Corretoras: pequenas, médias e, sobretudo, próximas

Os últimos dados disponíveis sobre as corretoras de seguros no Brasil, compilados pelo consultor Francisco Galiza, mostram uma área com acentuada presença de empresas de médio porte. Cerca de 7% delas têm faturamento acima de R$ 1,4 milhão/ano, e 2% faturam mais que R$ 3,6 milhões/ano. E há, é claro, companhias de grandes dimensões na atividade, como Marsh Brail e Aon Brasil. “É interessante observar que a corretora de seguros funciona para os clientes como uma espécie de fiscal das seguradoras”, observa Galiza. “Por serem de mais fácil acesso, por estarem mais próximas do consumidor final, acaba sendo a elas que o comprador de seguro recorre quando surge alguma necessidade ou queixa em relação ao produto”, completa. Abaixo segue uma relação de algumas das principais corretoras do país, também feita por Galiza.

Informações Gerais

Aon
Líder mundial em gestão de riscos, corretagem de seguros, resseguros e consultoria em benefícios e capital humano. No Brasil, conta com 1.500 colaboradores e dez escritórios.

Brasil Insurance
Formada por 52 corretoras, tendo presença em 11 estados, possuindo perto de 1.100 colaboradores.

BRB Corretora
Está no mercado há 26 anos e participa, por meio de parcerias com organizações não governamentais, de projetos voltados à cultura, lazer, esportes e educação, sobretudo no Distrito Federal.

Classic
Fundada em 1990, é composta por 55 profissionais. Somando-se aos prestadores de serviços e representantes chega-se a um número superior a 250 colaboradores em todo o país.

Divicom
A corretora tem mais de 16 anos de experiência com atuação nacional, contando com nove filiais em cicno estados. Nela operam 200 colaboradores.

Grupo Interbrok
Corretora independente que atua fortemente em aquisições. A empresa conta com 260 funcionários.

Grupo Life Brasil
Fundada em 1998, com mais de 80 colaboradores, presta também assistência a mais de 30 corretores.

Harmonia
Fundada em 1981, a empresa conta com 100 colaboradores no Brasil, distribuídos em três escritórios: São Paulo, Campinas e Poços de Caldas.

Lockton
Fundada há quase 50 anos, conta com 150 colaboradores no Brasil e 11 mil no mundo.

Lojacorr
Fundada em 1996, trabalha com 90 colaboradores e 430 corretores acionistas.

Minuto
Criada em 2011, a corretora atua com 230 colaboradores.

Pasi
Criado em 1989, a corretora trabalha com uma equipe de 60 profissionais.

Rodobens
Com 65 anos de atuação, a corretora possui 225 colaboradores que atuam em todo o país, com sede em São José do Rio Preto (SP).

Tarraf
Fundada em 1991, a corretora trabalha com equipe com 67 colaboradores, sendo todas as vendas e atendimento realizado por funcionário da corretora.

THB Brasil
A corretora chegou ao Brasil em 2006, trabalhando no país com 180 funcionários.

Vila Velha
Fundada em 1975, trabalha atualmente com cerca de 600 funcionários.

Vis
Começou as suas atividades em 2011, opera atualmente com 23 colaboradores.
 
Mas até nossas dificuldades revelam-se oportunidades para as empresas do ramo. Por exemplo: o Brasil vem sendo varrido por escândalos de corrupção. Dirigentes empresariais temem que sua reputação e patrimônio sejam atingidos. Diante disso, já está disponível no mercado o seguro de responsabilidade civil para executivos, conhecido como D&O (Directors and Officers). “A procura por D&Os deu um salto desde o início da vigência da Lei Anticorrupção, em janeiro do ano passado.
Mas mesmo antes essa carteira já vinha tendo resultados excepcionais. Tanto assim que em apenas cinco anos, entre 2009 e 2013, a receita apurada com a venda do produto cresceu 85%”, conta Armando Vergilio, da Fenacor. Vale lembrar que antes de a nova lei vigorar não havia punição às empresas, mas apenas às pessoas físicas por atos de corrupção. Agora, se condenada por ações ilícitas, uma corporação pode sofrer penalidades pesadas e ser multada em até 20% do seu faturamento bruto. “Apesar de já ser vendido há um bom tempo no Brasil, o D&O praticamente era ignorado pelas empresas até recentemente. A Lei Anticorrupção e os recentes escândalos mudaram isso. Em muitos casos, a contratação desse seguro de responsabilidade civil faz até parte dos benefícios oferecidos pelos conglomerados aos executivos”, ressalta Vergilio. Ou seja, há oportunidades a serem exploradas.
“Segundo projeção da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), o mercado de seguros nacional deve acelerar seu crescimento no próximo ano e expandir-se 12,4% em relação a 2014”, informa Carlos Magnarelli, CEO da Liberty Seguros no Brasil. “Ainda assim, a perspectiva para as seguradoras é desafiadora por conta da desaceleração econômica. O mercado pode ficar mais concorrido, com seguradoras em busca da manutenção do market share de suas carteiras, mas acredito que o setor vai continuar a expandir-se”, diz ele. Na mesma linha confiante segue David Colmenares, CEO de Seguros Gerais da Zurich Brasil: “A Zurich tem 143 anos de história. Desenvolve estratégias e atua em mercados no longo prazo. O país continua sendo um mercado prioritário para nós. Muitas pessoas dizem no Brasil que essa é uma época de crise, mas vemos isso no mundo todo. Sim, a economia está desacelerada, mas é um momento para fazermos investimentos, construirmos um futuro sólido e garantirmos crescimento. O escritório brasileiro tem um papel muito importante nos resultados do grupo”.
Diante da crise, é consenso entre os líderes de seguros que alguma criatividade é mais que bem-vinda. Marcos Ferreira, presidente do BB Mapfre nas áreas de auto, seguros gerais e affinities, fala a respeito: “Já lançamos produtos em 2015 e seguiremos lançando. Agora estamos colocando no mercado, por exemplo, o Pró Trabalho, o qual oferece seguros de vida coletivos customizados para entidades de classe, sindicatos e empresas associadas”. E Ferreira defende: “É preciso descomplicar o seguro e inseri-lo ainda mais nas necessidades da sociedade — rompendo, inclusive, com a percepção
comum que associa o produto, necessariamente, a momentos tristes ou dissabores”. Dissabores, por sinal, estiveram bem presentes ao longo da vida de um dos maiores líderes que o setor de seguros brasileiro já conheceu — mas ele superou-os todos, tal como esse mercado precisa fazer agora.
Antônio Cássio dos Santos assumiu em abril o cargo de CEO para Américas da Generali. Estão sob sua guarda as divisões da empresa em seis países da América Latina (Brasil, Argentina, Colômbia, Guatemala, Equador e Panamá), além dos negócios na América do Norte. Nascido em uma família humilde e com passagens marcantes por algumas das maiores seguradoras do planeta, ele comenta: “Vim para a Generali por ver na empresa um projeto de fato estimulante. Conduzirei sua estratégia na América Latina e nos EUA. É um passo a mais em minha carreira”. E Antônio Cássio finaliza: “As grandes catástrofes climáticas no mundo hoje — já não podemos dizer que são totalmente incertas. Séries históricas permitem, até certo ponto, que as quantifiquemos, e preservemos as pessoas contra elas. A indústria de seguros tem um papel a desempenhar aí. Há também a ascensão econômica das classes populares, não só no Brasil, mas no mundo todo; eis outra forte oportunidade para nosso setor. Esta é uma fase muito interessante da história dos seguros, porque podemos nos tornar algo importante para as grandes massas, aqueles indivíduos que necessitam resguardar os bens que enfim conquistaram após anos de trabalho duro. Estar vivo e presente neste momento extraordinário da profissão que escolhi me deixa imensamente feliz”.
2015 o ano que podemos viver em perigo

10 riscos principais em termos de probabilidade

01 Conflitos interestatais
02 Eventos meteorológicos extremos
03 Falha de governança nacional
04 Crise estatal
05 Desemprego ou subemprego
06 Catástrofes naturais
07 Falha de adaptação à mudança climática
08 Crises de abastecimento de água
09 Fraude ou furto de dados
10Ciberataques
 
10 riscos principais em termos de IMPACTO

01 Crises de abastecimento de água
02 Propagação de doenças infecciosas
03 Armas de destruição maciça
04 Conflitos interestatais
05 Falha de adaptação à mudança climática
06 Choque do preço de energia
07 Falha crítica da infraestrutura de informação
08 Crises fiscais
09 Desemprego ou subemprego
10 Perda da biodiversidade e colapso do ecossistema
 

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