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Otimismo, à margem da crise

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Carta Conjuntura do Sincor-SP aponta que o faturamento do setor continuará crescendo este ano, na casa
de dois dígitos, apesar da retração econômica, com desemprego em alta, renda em baixa e inflação elevada

Apesar da deterioração da economia, com projeções que já pontam recuo de 2% para o Produto Interno Bruto (PIB) e inflação acima de 9%, o mercado de seguros ainda assim aposta na expansão da atividade neste 2015, ao menos em termos nominais. A Carta Conjuntura de agosto, subscrita pelo Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), recém-divulgada, antevê as modalidades de seguros gerais, de pessoas (sem VGBL) e saúde crescendo 11%, apenas dois pontos percentuais abaixo da alta conquistada em 2014, de 13%. Se confirmada a estimativa, as seguradoras fecham o ano com vendas da ordem de R$ 244 bilhões, ante os R$ 219,4 bilhões movimentados no exercício anterior.

O avanço do seguro tende a ganhar mais força se adicionada ao cálculo a captação dos planos de cunho previdenciário, área em que a Carta Conjuntura prevê que a resistência à contração esperada para o PIB brasileiro será maior. Aqui, a projeção de crescimento é de nada menos que 20%, aos R$ 100 bilhões, um comportamento bastante expressivo, mesmo sobre uma base comparativa frágil, como a de 2014, quando VGBL, PGBL e outros produtos avançaram 13%. Na soma dos dois segmentos – seguros e previdência privada –, a previsão é que o setor evolua 14% e atinja, em valores absolutos, a cifra de R$ 344 bilhões em
dezembro próximo.

Além do expressivo incremento esperado para os planos previdenciários, o documento do Sincor-SP vaticina que a carteira de saúde também fechará o ano com bom comportamento, aos R$ 147 bilhões. O prognóstico é de alta 14%, embora abaixo dos 16% cravados em 2014. Os demais seguros tendem a crescer não mais que 7%, para R$ 97 bilhões.

Considerações

O estudo, que tem à frente o economista Francisco Galiza, da Rating Consultoria, admite que a queda do PIB causará estrago no mercado segurador este ano, mas sustenta que haverá ganho nominal pelo aumento da inflação. No segmento de seguros (sem saúde), que tende a crescer apenas 7% este ano, o estudo levanta a hipótese de uma melhora no semestre em curso, “como é tradição do setor”. No geral, reforça a previsão de crescimento na casa de dois dígitos, com montantes próximos aos de 2014, mas tendo como diferencial uma realidade inflacionária mais elevada.

O estrago maior causado pela retração econômica tem recaído, sobretudo, sobre os seguros do chamado ramos elementares, como o de automóvel e residência. A Carta Conjuntura aponta que no primeiro semestre do ano, tal segmento cresceu apenas 3%, nominalmente, bem abaixo das taxas de inflação do período. Contudo, cita como pontos positivos a evolução do VGBL e do seguro-saúde, além do resseguro, “e, até certo ponto, da rentabilidade das seguradoras, beneficiada, entre outros fatores, pela trajetória mais elevada da taxa de juros”.

Mesmo com as dificuldades, vistas como momentâneas, o estudo lembra que o mercado segurador brasileiro tem “pilares sólidos”, “com motivos para otimismo para o médio e longo prazo”. “O setor está saudável em termos de solvência, com boas margens de rentabilidade das seguradoras. A abertura do resseguro, que em 2015 faz dez anos, com a presença de inúmeras companhias, mostra o sucesso desse empreendimento”, avalia o estudo do Sincor-SP.

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