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Maternidade é divisor de águas na decisão de poupar

Fonte: Valor Econômico

"Não casei com um homem rico, não espero nada do governo e a minha previdência privada está associada à qualidade de vida que desejo ter na velhice, uma preocupação que comecei a sentir quando fiz 30 anos." O comportamento financeiro da assistente executiva Fabiane Ribeiro, de 35 anos, é marcado por um divisor de águas bastante claro: a maternidade.

Acostumada a trabalhar desde os 15 anos de idade, juntou dinheiro para comprar o próprio carro aos 18, mas no meio do caminho mudou de ideia e foi estudar inglês na Califórnia, onde passou dois anos por conta própria. De volta ao Brasil e ao mercado de trabalho, em dez anos colecionou vários carimbos no passaporte, comprou automóvel e o primeiro apartamento: saciou todos os seus desejos de consumo.

Há um ano, vive com o pai do seu filho, um bebê de 15 meses que veio ao mundo para reformular seus conceitos de matemática: "Tenho minha aposentadoria pessoal, que pago mensalmente aqui na empresa. São 3% do meu salário, acrescidos de mais 1,5% bancados pela companhia, que vão direto para a previdência privada do HSBC. Mas também tenho o compromisso de uma aplicação em nome do meu filho, em débito automático, até ele completar 18 anos."

A ideia é usar o dinheiro para presentear o menino com um carro, assim que ele atingir a maioridade. "Mas se estivermos enfrentando dificuldades financeiras, essa poupança vai permitir custear uma faculdade", adianta Fabiane.

Para tanto, ela conta que separa, mensalmente, R$ 100 para o Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), o plano que escolheu para o filho. O companheiro de Fabiane paga outros R$ 100, "mas ele tem de passar o valor para a minha conta, porque o contrato está em meu nome".

Microempresário, o companheiro de Fabiane aparentemente não divide as mesmas preocupações em relação ao dinheiro. Não tem um plano de previdência privada pessoal e não pensa insistentemente no assunto. Essa é, na opinião dela, a principal diferença entre eles: "Meu perfil é conservador, tradicional. Eu nunca tive uma educação financeira, mas tenho necessidade de garantir o dinheiro. Não quero correr riscos, principalmente agora que sou mãe."

Independência também motiva a estagiária Karina Godoy, de 22 anos, a economizar perto de 80% do que ganha por mês. O que a move: "Não depender mais dos meus pais, sair de casa algum dia, fazer um MBA, comprar um apartamento, trocar de carro". Ele diz que é " bastante econômica. Desde os 18 anos guardo dinheiro", explica. "Quando entra o meu salário, deixo um pouco na conta para as minhas despesas diárias e o resto eu guardo. Não me privo de nada, mas se puder fazer uma compra no cartão, sem juros, deixo para pagar no mês seguinte e economizo o dinheiro." Vivendo com rédeas tão curtas, ela conta que se tentação de consumir for grande em um determinado mês e ela só conseguir economizar metade do salário, na certa vai "ficar triste" e fazer de tudo para apertar o cinto e tentar compensar em seguida.




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