Breaking News

Segmento "vida" avança e projeta expansão este ano

Fonte: Valor Econômico

Luis Ushirobira/ValorAngela Beatriz de Assis: brasileiro sempre relacionou seguro de vida à morte

Aos poucos, o brasileiro começa a abandonar uma característica que ainda lhe é atribuída: ele investe em segurar o seu carro, mas não faz seguro de vida. Essa área não apenas está se expandindo, como lidera (e impulsiona) a categoria de seguro pessoal da qual faz parte. Para executivos do mercado, trata-se de uma mudança comportamental dos últimos anos que combina um trabalho de conscientização e educação financeira feito pelas seguradoras e outros agentes econômicos, melhora no poder aquisitivo da população e uma remodelação dos produtos. Nem mesmo a crise econômica parece afetar fortemente esse segmento que trabalha com projeções de expansão este ano.

O desempenho de agosto ilustra bem como o mercado de seguro de pessoas - que inclui vida, acidentes pessoais, viagem, educacional, entre outras modalidades - está se comportando frente a um cenário econômico mais adverso. Naquele mês, o volume de prêmios foi de R$ 2,4 bilhões, contra R$ 2,2 bilhões na comparação anual, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).

O valor dos prêmios destinados ao custeio do seguro de vida foi de R$ 1 bilhão, superior aos R$ 911,5 milhões do mesmo mês do ano anterior. O seguro prestamista, ou proteção financeira em caso de morte, invalidez ou perda involuntária do emprego, registrou prêmios de R$ 625,7 milhões em agosto deste ano, praticamente repetindo agosto de 2014, quando registrou R$ 623,4 milhões. E o seguro viagem foi mais um que expandiu, com cobertura de R$ 17,9 milhões em comparação aos R$ 15,7 milhões em prêmios do ano anterior.

A expectativa é de que o mercado de seguros de pessoas cresça de 7% a 8% este ano, bem acima do PIB", diz Alexandre Vicente, diretor de seguros pessoais da Liberty, empresa que já registrou expansão de 10% no primeiro semestre. Ele lembra que esse segmento foi ganhando importância também dentro da área de seguros, representando hoje perto de 50% da arrecadação do setor.

"Nos últimos anos, com o surgimento de uma nova classe média, tivemos o desenvolvimento de uma cultura de seguros, as pessoas começaram a pensar mais na proteção de suas famílias, do que adquiriram, favorecendo outra cultura sobre esses benefícios", diz Karina Massimoto, superintendente executiva de seguros individuais e coletivos do grupo BB e Mapfre.

Para Fernanda Pasquarelli, superintendente de vida, previdência e investimentos da Porto Seguro, o trabalho de conscientização da necessidade de proteção da renda familiar vem sendo feito com bastante intensidade, o que tem gerado bons resultados. "Hoje é um dos nossos maiores negócios e estamos prevendo crescimento na casa de dois dígitos este ano", afirmou.

E os resultados parecem contagiar todas as operadoras. "Nós tivemos uma expansão de 40% no primeiro semestre no seguro de pessoas. Na área de seguro de vida individual registramos crescimento de 25%", disse o vice-presidente financeiro da Prudential do Brasil, Marcelo Mancini. Ele está otimista em relação ao mercado brasileiro e à fórmula desenvolvida pela companhia de trabalhar com o que chama de Life Planners, representantes que têm o status de franqueados. "Hoje temos mais de 1000 Life Planners", afirma.

"O brasileiro sempre relacionou seguro de vida à morte. Isso o assustava", diz Angela Beatriz de Assis, diretora comercial e de produtos do BB Seguridade. À medida que foi se dando conta de que muitos benefícios poderiam ser gozados em vida, inclusive em momentos de dificuldade por conta de doenças graves ou outros motivos, a situação começou a mudar. E as empresas aproveitaram esse embalo para lançar novos produtos, mais customizados.

A BB Seguridade trabalha, por exemplo, no desenvolvimento de novo portfólio de seguro de vida, dentro dessa linha de segmentação. Uma das linhas que já está no mercado, via BB Mapfre, é o seguro de vida da mulher que permite um resgate no caso de diagnóstico de câncer de mama ou de colo do útero. "Esse resgate não precisa ser feito unicamente para o tratamento, mas para qualquer coisa que a mulher quiser investir. Temos depoimentos de mulheres que utilizaram o prêmio para viajar depois do tratamento", comenta. "Temos produtos que permitem que a pessoa com uma doença em fase terminal possa fazer o resgate do seguro de vida", completa Karina.



Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario