Breaking News

Seguro de vida é venda difícil para os millennials

Fonte: Valor Econômico
Por Bobbi Rebell

Joseph Shonkwiler, um pai orgulhoso de gêmeos recém-nascidos, tem uma apólice de seguro de vida. Assim como para muitos millennials, esse seguro não era uma prioridade para o homem de 34 anos de Cambridge, Massachusetts, até a chegada dos gêmeos. Ele começará a pagar perto de US$ 200 mil de seu financiamento estudantil após concluir o MBA pela Sloan School of Management pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Um estudo da Life Happens, grupo formado por prestadoras de seguros, e a Limra, associação que engloba companhias de seguros de vida, constatou que 29% dos millennials têm como prioridade economizar dinheiro para as férias, em vez de adquirir seguros de vida ou aumentar suas coberturas. E para 60% dos millennials é mais importante gastar com serviços como acesso à internet e telefones celulares do que adquirir um seguro de vida.

"Os jovens acham que um seguro de vida é algo que só precisamos pensar quando ficamos velhos", diz a planejadora financeira credenciada Shannah Compton Game. "Eles acham que esse é um assunto de conversa para os pais, não para eles."

Mas os jovens também precisam de seguros de vida, especialmente se tiverem filhos ou não tiverem uma cobertura por intermédio de um empregador. Mesmo um plano do local de trabalho, que geralmente cobre US$ 50 mil em substituição de rendimento, pode não ser suficiente para um jovem com uma hipoteca para pagar ou uma grande dívida de financiamento estudantil, que ele possa passar para a esposa ou parentes que também assinaram os empréstimos. O seguro do trabalho não tem como plano fazer essa transição para você e portanto os millennials que mudam muito de emprego podem entrar e sair de cobertura ao longo de suas carreiras.

"O principal motivo que leva um jovem a precisar de um seguro de vida é o fato de ele, ou ela, ser casado e ter uma família. O seguro de vida proporciona uma substituição de rendimento que pode ser valiosa para jovens que estão começando a vida, ou na situação em que um cônjuge ganha mais que o outro", diz Shannah.

A indústria dos seguros está buscando novos meios de atrair compradores jovens que não recebem a oferta de uma apólice de seguro de vida no trabalho, ou precisam de uma cobertura ampla que vá além do plano da empresa por causa de fatores de risco. Concentre-se nos benefícios, em vez de ficar contando histórias sobre mortes, defende a planejadora.

As apólices de seguros de vida mais tradicionais exigem um exame médico e um encontro com um vendedor, processos que não são atraentes para os millennials, acostumados a fazer transações com alguns cliques em seus smartphones.

Algumas seguradoras encontraram novos meios de atrair os millennials. Em maio, a USAA acrescentou uma opção que permite aos jovens aumentar a cobertura em eventos marcantes da vida, como o nascimento de um filho, sem subscrição adicional.

No segundo trimestre a MassMutual iniciou uma companhia de seguros de vida chamada Haven Life, voltada para clientes mais jovens. Para minimizar o fator intimidação, a Haven Life oferece decisões imediatas sobre até US$ 1 milhão em cobertura a prazo das melhores companhias, e o processo de subscrição acontece on-line.

Quando a Haven Life começou a operar, Shonkwiler estava entre seus primeiros clientes. Ele havia passado quase 50 dias trabalhando com uma companhia tradicional de seguro de vida e a burocracia e os questionamentos estavam acabando com ele. Por ser jovem, saudável e não fumante, Shonkwiler estava frustrado com o fato de a cobertura que ele desejava não estar disponível. O processo on-line na Haven Life foi muito mais tranquilo e concluído em uma semana, diz ele. Sua apólice de US$ 500 mil por 30 anos custa US$ 25 por mês.

Isso é mais barato do que muitas pessoas imaginam. Na verdade, 80% de todos os consumidores julgam mal os preços dos seguros de vida a prazo, que são adquiridos em blocos de tempo de 10 ou 20 anos, por exemplo, e só rende um pagamento na eventualidade de um evento qualificado.

A pesquisa feita pela Life Happens e pela Limra constatou que os millennials acreditavam que um jovem de 30 anos saudável teria de pagar US$ 600 por ano por uma apólice de US$ 250.000 e 20 anos. A taxa anual na verdade pode ser tão baixa quanto US$ 160, segundo as organizações.

Há uma grande variedade de opções de seguros além das apólices a prazo, oferecendo oportunidades de investimentos mais complicadas e tendo estruturas de preços diferentes. Mas qualquer pessoa interessada nessas opções deve recorrer a um consultor financeiro independente.

Para calcular o tipo e o tamanho do seguro de que você precisa, a recomendação é consultar as próprias companhias de seguros ou buscar informações com empresas como a Life Happens e Bankrate.com, que possuem simuladores de acesso fácil. (Tradução de Mario Zamarian)




Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario