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Austral lucra mais em meio à negociação para venda

Fonte: Valor Econômico 

Por Ana Paula Ragazzi

A Austral Participações, holding controlada pela Vinci Partners que reúne uma seguradora e uma resseguradora, encerrou 2015 com os resultados mais expressivos de sua história, segundo seus executivos. Fechou o ano com R$ 748 milhões em prêmios e lucro de R$ 63 milhões, com alta de 78% em relação a 2014, conforme dados consolidados. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 21,4%.

É nesse momento de bom desempenho que a Vinci cogita sair do negócio. A Vinci não deu entrevista. Carlos Frederico Ferreira e Bruno Freire, presidentes da seguradora e da resseguradora, respectivamente, não comentaram esse processo. "Somos executivos. Pensamos no longo prazo, temos metas traçadas e focamos nisso", resume Freire.

Para este ano, a expectativa de crescimento da Austral no Brasil é modesta. Na resseguradora, a perspectiva é melhor fora do país, diz Freire. Hoje, 10% dos negócios da resseguradora vêm do exterior, e a ideia é que, numa expansão pela América Latina, 20% do prêmio venha do mercado externo. A Austral tem licenças para operar no Equador, Peru e Colômbia e espera pelas autorizações de Argentina e México.

Quando o negócio foi pensado, contam, o cenário esperado era um boom de infraestrutura e petróleo no Brasil, que não se confirmou. Mas na avaliação deles, a Austral conseguiu se adaptar, por ser mais flexível e enxuta do que os concorrentes. Em 2015, só a seguradora teve lucro de R$ 19 milhões, com alta de 18%. O prêmio emitido chegou a R$ 233 milhões. A resseguradora teve alta de 31,6% nos prêmios, a R$ 586 milhões. O lucro alcançou R$ 43 milhões (+ 128%).

A falta de grandes obras de infraestrutura, conta Freire, abriu espaço para que outros produtos crescessem na área de resseguros. O segmento de vida, que até 2013 representava 5% da carteira, fechou 2015 respondendo por 40% do bolo. Ele afirma que a Austral avançou nessa modalidade pela inovação da apólice que criou e porque foi mais rápida que os concorrentes para explorar o setor. Na área de seguros, a grande oportunidade de mercado veio com o seguro garantia. Em 2014, o produto foi incluído na lei de execuções fiscais e passou a ser aceito como uma modalidade válida de garantia equivalente à fiança bancária.

O quadro de recessão com inflação e juros em alta no Brasil favorece os resultados de seguradoras e resseguradoras, que precisam ter muitas reservas. "A alta dos juros acaba sendo um hedge natural para o segurador pois aumenta o nosso ganho financeiro. Provavelmente teremos menos negócios, mas nossas reservas serão mais bem remuneradas, aumentando o resultado financeiro", diz Freire.

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