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Rastreador ajuda a economizar



Valor Econômico 

A queda no poder aquisitivo do brasileiro está impulsionando um modelo de negócio ainda pouco explorado, o do rastreador com seguro. A cobertura é apenas para roubos e furtos de veículos não recuperados, não inclui danos gerados por colisão. A Porto Seguro lançou a modalidade em julho. A Tokio Marine iniciou a comercialização do novo produto em setembro. A pioneira foi a BB Mapfre, que lançou seu produto há seis anos em parceria com a Ituran, empresa de rastreamento que também tem acordos nesse segmento de negócios com a Liberty, Nobre e Cardif. Em 2015, a rastreadora Carsystem e a seguradora QBE também lançaram um produto em parceria.

Na Porto Seguro, as propostas para o rastreador com seguro vão de R$ 69 mensais a R$ 119 mensais de acordo com o veículo assegurado. O reembolso tem como parâmetro o levantamento de preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a tabela Fipe. Fabio Braga, superintendente da Porto Seguro Proteção e Monitoramento, diz que os números de vendas só serão divulgados no balanço trimestral da companhia, mas a aceitação do mercado é três vezes superior à expectativa. "Circulam 41 milhões de veículos sem seguros no país. A metade é suscetível a aderir a um produto mais econômico", afirma.

A Porto Seguros atua no mercado de rastreamento há 10 anos, com uma base de 300 mil veículos monitorados. A maioria dos equipamentos é instalada sem custos para o consumidor em carros que possuem apólice de uma das três marcas de seguros do grupo: Azul, Itaú e Porto Seguro. É a modalidade seguro com rastreador, onde a seguradora determina a instalação para reduzir seus riscos.


Sérgio Barros, diretor de seguros de automóveis da BB Mapfre, diz que o rastreador com seguro responde por algo entre 6% e 10% das vendas da companhia. Ele diz que o produto foi idealizado como uma estratégia para atrair clientes que estavam fora do mercado, mas ultimamente há também uma adesão significativa de clientes da classe média, aqueles que não conseguem mais manter seus contratos originais de seguro. Uma proposta da companhia é oferecer módulos de coberturas que podem ser agregados ao contrato, como o de responsabilidade civil.

A venda de módulos que podem ser agregados à modalidade de rastreador com seguros também é a estratégia da Tokio Marine, diz Marcelo Goldman, diretor executivo de produtos massificados. Os contratos que preveem apenas a cobertura para roubo e furto têm desconto de até 50% em relação ao seguro padrão da companhia.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Risco e de Tecnologia e Monitoramento (Gristec), há uma frota de dois milhões de veículos rastreados no país, sendo em pouco mais de 60% os carros de passeio. Yaron Littan, vice presidente da Gristec, diz que o mercado de rastreadores sofreu uma pequena queda no primeiro semestre e está em recuperação. A previsão é ampliar a frota em 100 mil veículos rastreados no ano e equipar outros 250 mil em 2017. A modalidade rastreador com seguro é importante nesse crescimento. "Há um potencial amplo nesse segmento de mercado, pois a crise induz os consumidores a buscar soluções competentes e com custo acessível", diz.

Littan é CEO no Brasil do Grupo Ituran. A empresa conta no Brasil com uma base de 400 mil clientes ativos, sendo que 70 mil aderiram no último ano. "2015 foi nosso melhor ano entre os 15 que estamos no Brasil e 2016 vai ser ainda melhor", afirma.

Na carteira de clientes da Carsystem estão cadastrados 200 mil veículos. O produto rastreador com seguro lançado em parceria com a QBE responde por 15% das vendas. José Melo, CEO da Carsystem, diz que a expectativa é que o produto, quando mais conhecido, represente 30% dos negócios. Na companhia, a contratação apenas do rastreador custa R$ 89 mensais. O valor do rastreador com seguro varia de acordo com o veículo, a média dos contratos tem sido de R$ 150 mensais.

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