Breaking News

No longo prazo, fundos de previdência se destacam

Fonte: Valor Econômico 

Perto de R$ 200 bilhões serão injetados na economia neste fim de ano com o pagamento do 13° salário, bônus corporativos, participação nos lucros, férias e restituição de IR. É um excelente momento para o investidor pensar o seu futuro. Depois de pagar dívidas de curto prazo, separar o que irá gastar nas festas e no pagamento das despesas de início de ano, poderá dar início ou incrementar seu plano para a aposentadoria. "Tenho 33 anos e sei que até me aposentar, aos 65, ainda irei enfrentar outras reformas da Previdência Social além da que está sendo preparada agora. Não posso depender do governo", diz o superintendente da Icatu Seguros, Bruno Hoffman.

A regra de ouro do planejamento de longo prazo, segundo especialistas, é simples: dinheiro aplicado para a aposentadoria é sagrado. Para não ceder à tentação de sacá-lo, o investidor precisa constituir uma reserva de liquidez imediata para despesas emergenciais. Depois, montar uma carteira diversificada com prazo de até dois anos. Para a aposentadoria iriam os recursos que podem ser imobilizados por dez anos. Para este prazo, os fundos de previdência privada são, por causa de suas vantagens fiscais, os mais indicados.

O superintendente executivo de investimento do Banco Santander, Christiano Ehlers, sugere ao investidor montar três carteiras com diferentes prazos: a primeira para formar um colchão de liquidez num montante capaz de cobrir até cinco meses de salário. A segunda seria de médio prazo, destinada a financiar projetos particulares, como a compra de carro, viagens e cursos no exterior. A terceira, de longo prazo (acima de dez anos), para manter o padrão de vida atual após a aposentadoria.


Os executivos listam os benefícios da previdência complementar: 1) Para prazo superior a dez anos, os fundos previdenciários cobram a menor alíquota regressiva de imposto do mercado, de 10%. Como a taxação incidente sobre eles é mais pesada nos primeiros anos em relação aos demais fundos, o investidor terá um argumento relevante para não sacar. 2) Os previdenciários, tanto os PGBLs quanto os VGBLs, não estão sujeitos ao regime de "come-cotas" de recolhimento tributário ao qual se submetem os demais fundos, ou seja, os juros incidentes sobre os papéis das carteiras dos previdenciários serão acumulados, aumentando a rentabilidade. "Grande parte do diferencial de rentabilidade vem desta possibilidade de acumular juros sobre juros", diz Hoffmann. 3) A modalidade PGBL permite o diferimento de 12% do imposto de renda a ser pago na declaração anual. "Esse é um dinheiro que você não deixa para o Leão; só vai pagar imposto sobre ele daqui a 30 ou 40 anos", diz. 4) Para efeitos de herança, não entram no inventário. 5) Para os previdenciários, vale como nunca a máxima de quanto maior o prazo da aplicação, maior a remuneração paga.

Segundo o superintendente executivo de Vida e Previdência da SulAmérica Seguros, Leopoldo Barreto, as taxas de administração da previdência complementar caíram pela metade nos últimos anos, chegando em média a 2%. "Dependendo do volume aplicado, podem ficar hoje abaixo de 1%", diz.

Para Rodrigo Puga, sócio do Modalmais - home brocker do Banco Modal - ainda considera os fundos de previdência "excessivamente caros". No seu entender, há opções de longo prazo mais baratas e rentáveis no mercado.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario