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Estudo aponta tecnologias revolucionárias

Fonte: Valor Econômico

Por Adriana Carvalho | Para o Valor, de São Paulo


Rodrigo Maranhão: a tecnologia vai transformar radicalmente a indústria

Em operação desde maio do ano passado, a startup Trov conseguiu em pouco tempo o que grandes companhias de seguro podem levar anos para alcançar: uma gorda carteira com mais de um milhão de itens segurados no valor estimado de cerca de US$ 10 bilhões. Isso foi possível porque a empresa desenvolveu um aplicativo que tornou simples, rápida e eficiente a contratação de seguros para itens tão variados como bicicletas, equipamentos esportivos, instrumentos musicais, máquinas fotográficas e até mesmo fones de ouvido.

Basta o cliente tirar uma foto com seu celular daquilo que deseja segurar, carregar a imagem no aplicativo e esperar alguns segundos para que os termos e preço da apólice apareçam na tela.

Criada em Sidney e hoje com sede em São Francisco, a Trov utiliza algoritmos para ajudar na precificação dos seguros, oferece contratos de micro duração e permite aos clientes "ligar" ou "desligar" o seguro quando quiserem, com apenas um toque. A comunicação com os usuários é facilitada por chatbots, os chats respondidos por meio de inteligência artificial. O aplicativo está disponível na Austrália e Reino Unido. Neste ano deve chegar ao mercado dos EUA. Em abril, a startup fechou uma operação de funding de cerca de US$ 60 milhões liderada pelas seguradoras Munich RE e Sompo Japan Nipponkoa que planejam lançar o aplicativo no Japão.


"Esse é um dos exemplos de como a tecnologia está avançando e deverá transformar radicalmente a indústria de seguros", diz Rodrigo Maranhão, sócio da consultoria Bain & Company, que recentemente divulgou um estudo realizado em parceria com o Google onde foram identificadas as tecnologias-chave que já têm impacto disruptivo na indústria e cuja utilização deverá ser fortemente acelerada em um período de três a cinco anos. A pesquisa identificou e analisou mais de 100 tecnologias digitais e elencou 30 delas com maior potencial de se tornarem disruptivas em um futuro próximo.

No campo da infraestrutura e produtividade, a revolução vem das "nuvens", que deverão facilitar o processamento e armazenamento de informações, e também de sofisticadas ferramentas como as de edição compartilhada de documentos e video chamadas. Tecnologias de vendas on-line mais modernas, por sua vez, deverão ajudar a atingir com mais precisão os consumidores por meio de anúncios direcionados ao perfil de cada cliente. Já no que diz respeito à análise avançada de dados, as ferramentas que estão sendo desenvolvidas deverão detectar fraudes de forma mais eficiente e melhorar a gestão de relacionamento com os clientes CRM).

As inovações vindas do machine learning são outra forte tendência. Essa é uma das áreas da inteligência artificial em que a máquina utiliza um conjunto de algoritmos e técnicas para que o computador possa "compreender" determinados padrões de comportamento, fazendo previsões ou tomando decisões. Na indústria de seguros, o machine learning já se mostra presente no uso cada vez mais frequente de chatbots para comunicação com os clientes on-line. Daqui para frente, segundo a pesquisa, essa tecnologia deverá ser usada também para melhorar a priorização e triagem de demandas de seguro, além de aprimorar a análise de risco, entre outras.

"Entre as tecnologias disruptivas que detectamos está também sem dúvida a realidade virtual. Já está sendo desenvolvida tecnologia para permitir que as pessoas tirem fotos em 3D com o celular e possam documentar de forma mais fiel e rápida um acidente para fins de vistoria", explica Maranhão. As imagens tridimensionais em breve também ajudarão as seguradoras a reconstituir cenas de um sinistro nos mínimos detalhes.

A chamada internet das coisas (IoT) não fica de fora: a conexão digital com carros, aparelhos e residências pode proteger pessoas e propriedades alertando sobre a necessidade de fazer manutenções ou identificando situações de risco para reduzir a ocorrência de acidentes. Ao analisar informações de sensores colocados em veículos ou outros equipamentos, as companhias seguradoras podem também entender melhor o comportamento do consumidor.

A era digital traz a perspectiva de um admirável mundo novo para as seguradoras. Mas como isso se traduz em termos financeiros? Para responder a essa pergunta, o estudo da Bain & Company e Google simulou o impacto do uso das 30 tecnologias eleitas em uma empresa hipotética de seguros sediada na Alemanha. O resultado aponta que essa empresa veria suas vendas crescerem 28% em cinco anos, reduziria o pagamento de seguros em 19% e reduziria custos administrativos em até 72%.

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