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Autônomos têm pouca confiança na aposentadoria

Fonte: Valor Econômico
Por Roseli Loturco | Para o Valor, de São Paulo

Os trabalhadores autônomos, que somam quase 30 milhões de brasileiros, estão na mira da indústria da previdência por pelo menos duas razões. A penetração do produto nesta categoria de profissionais ainda é considerada baixa. Além disso, eles em geral estão pessimistas com a aposentadoria social. Apenas 21% dos autônomos no Brasil estão confiantes com uma aposentadoria confortável e 57% acreditam que se aposentarão a partir dos 65 anos, ou mesmo nunca se aposentarão.

Essas são algumas das informações da pesquisa global "O preparo para a aposentadoria na nova era do trabalho autônomo", uma parceria do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon (Brasil), Centro para a Longevidade e Aposentadoria da Aegon (Holanda) e Centro de Estudos para a Aposentadoria da Transamérica (EUA).

Os estudos sobre o tema da longevidade e da aposentadoria ao redor do mundo vêm sendo desenvolvidos pelo grupo há quase duas décadas e mostram que este sentimento não é característica só do brasileiro: ele se reproduz em outros países.

A categoria envolve médicos, advogados, jornalistas, engenheiros, entre outros que trabalham sem vínculo empregatício.

A pesquisa, que entrevistou mais de 86 mil pessoas em 15 países, mostra que no mundo inteiro os governos estão dando sinais de recuo em relação à proteção social previdenciária. "Nós estamos em momento específico com a discussão da reforma. Mas não é problema exclusivo nosso", avalia Leandro Palmeira, superintendente da Mongeral Aegon e representante do grupo de pesquisa no Brasil.

O estudo mostra que cerca de um terço da força de trabalho no Brasil é composta por autônomos (32%), a terceira mais alta entre os países pesquisados, ficando atrás apenas da Índia (51%) e da Turquia (33%). "Entendemos que este é um reflexo também do alto desemprego no país e do alto custo para o empregador devido aos encargos incidentes sobre a folha de pagamento", comenta Palmeira.

A pesquisa mostra que 34% dos entrevistados dizem que estão poupando para se aposentar, mas somente 8% têm um plano formal para a aposentadoria, outros 48% afirmaram ter um "plano B" e 10% dizem que venderão seus negócios. "Constatamos que 77% dos entrevistados têm um bom nível de consciência da necessidade de planejar para a aposentadoria, mas isto ainda não reflete em uma ação consistente de preparo."

A recomendação dos especialistas nesse caso é começar a poupar desde cedo, mesmo que em pequenas quantias. Mas nem sempre o conselho é ouvido. Dos 50 mil clientes autônomos da Public, só 1,5 mil têm plano de previdência. "São 60% médicos, o restante arquitetos, engenheiros, advogados", afirma Willian Rocha, diretor de seguros e RE da Public Broker, que faz parte do grupo April Brasil.

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