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Universal Life: Seguradoras aguardam regulamentação da Susep

Fonte: Valor Econômico
Por Danylo Martins | Para o Valor, de São Paulo

Trindade Filho, da SulAmérica: "universal life" permite processo educacional

Antigo pleito do mercado segurador, o vida universal está na fase final da regulamentação pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e aguarda definição do ajuste tributário pela Receita Federal. Depois de passar por consulta pública até 23 de junho, onde recebeu sugestões das seguradoras, o órgão analisa internamente os comentários para a liberação da comercialização do produto. A expectativa, segundo executivos de seguradoras e corretoras ouvidos pelo Valor, é de que o "universal life" chegue às prateleiras este ano.

Conforme a Resolução CNSP nº 344, publicada pela Susep em dezembro do ano passado, o capital segurado de cada cobertura do plano será composto pela soma do capital segurado de risco e o capital segurado de acumulação. Além disso, o produto combina proteção, com coberturas de morte natural ou acidental, com acúmulo de reserva para o futuro.

A flexibilidade é uma das principais características do "universal life", diz Rogério Araújo, diretor da TGL Consultoria, corretora especializada em vida e previdência, com 10,5 mil clientes pessoa física em carteira. "O diferencial é poder utilizar a reserva acumulada para gastos com educação e saúde ou complementação de recursos para aposentadoria, além de readequar as coberturas de acordo com as mudanças nas necessidades ao longo do tempo", observa.


Para a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), o vida universal tem potencial para ampliar significativamente a carteira de seguro de vida no país. "Há uma grande expectativa sobre o produto, pois ele tende a promover acumulação combinada ao risco, um conceito que obteve bastante êxito em outros países", afirma a entidade, em nota.

Enquanto isso, muitas seguradoras desenham estratégias para o lançamento. Com presença em 49 países, a MetLife oferece o vida universal em 46 - Brasil, Colômbia e Ucrânia não têm o produto. "Uma vez que a regulamentação final esteja definida pela Susep, temos interesse em lançar o universal life no Brasil, que deve ser muito semelhante ao que está sendo comercializado em outras regiões, sobretudo na América Latina", diz Alejandro Widder, diretor financeiro e atuarial da MetLife Brasil.

Carlos Alberto Trindade Filho, vice-presidente de estratégia e marketing da SulAmérica, lembra que o seguro de vida individual tem baixa penetração no Brasil, mas o segmento tem crescido ano após ano, o que mostra um mercado a ser explorado. "Com a abordagem de acompanhar as fases da vida de uma pessoa, o universal life permite um processo educacional para entender que o seguro de vida tem uma lógica econômica, ajustando a necessidade de proteção", aponta. A SulAmérica viu os prêmios subirem 19,2% nos primeiros quatro meses deste ano ante igual período de 2016.

Com cerca de cinco milhões de clientes de seguros de vida, a Icatu Seguros aguarda as regras da Susep para poder comercializar o produto, que precisará de distribuição diferenciada, segundo Patrick Paiva, gerente de produtos de vida da seguradora. "Isso inclui esforço adicional para capacitar a força de vendas e desenvolvimento de material para os corretores", diz. De janeiro a abril de 2017, a Icatu teve crescimento de 15% em prêmios na comparação com o mesmo período do ano passado.

A Brasilprev estuda caminhos para comercializar o produto. "Ainda não é possível ter uma definição clara dos detalhes, mas vemos que é uma solução que demanda a exploração de um novo nicho", diz Sandro Bonfim, superintendente de produtos da Brasilprev, que tinha até abril deste ano R$ 212,2 bilhões em ativos sob gestão ou 30,3% do mercado.

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