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Previdência: Novos produtos buscam público de baixa renda

Fonte: Valor Econômico
Por Daniela Rocha | Para o Valor, de São Paulo

Jorge Nasser, diretor-geral da Bradesco Vida: "Com renda menor e cenário de dúvida de desemprego, as pessoas buscam fazer mais com menos"

Com taxa de desemprego de 13,6%, que atinge um contingente de 14 milhões de pessoas, segundo dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda das famílias segue apertada e o nível de endividamento das pessoas físicas é alto.

Nesse panorama difícil, está na pauta do dia a reforma da Previdência Social, assunto que representa uma dose extra de preocupação do brasileiro em relação às finanças no futuro. Hoje, o país conta com pouco mais de 13 milhões de participantes em planos de previdência privada, sendo 9,9 milhões em planos individuais e os demais, em empresariais. Para driblar essa equação, algumas seguradoras têm reforçado a atuação em planos populares, com pequenos aportes mensais.

A Bradesco Vida e Previdência, empresa do grupo Bradesco Seguros, lançou o Prev Classic 3 em 1, um produto que agrega previdência complementar, seguro de vida e sorteios mensais. A contribuição é de R$ 79 por mês.


O participante acumula, em dez anos, um saldo de R$ 10 mil em valores atuais, que pode ser resgatado de uma só vez. O dinheiro é aplicado em um fundo de renda fixa com a rentabilidade assegurada de IPCA mais juros de 2,5% ao ano.

Em caso de falecimento do segurado no período de acumulação de recursos, sua família receberá integralmente os R$ 10 mil. Além disso, o contratante concorre a sorteios mensais de R$ 10 mil pela Loteria Federal. "Com renda menor e cenário de dúvida de desemprego, as pessoas buscam fazer mais com menos. Com apenas R$ 79 mensais, de forma disciplinada, três necessidades são atendidas", comenta Jorge Nasser, diretor-geral da Bradesco Vida e Previdência e da Bradesco Capitalização.

Segundo ele, o novo produto popular foi desenvolvido para estimular o planejamento financeiro de longo prazo. De acordo com Nasser, a seguradora tem como meta a ampliação do número de contratantes de planos de previdência no segmento Classic do banco Bradesco, composta por 21 milhões de clientes com renda mensal de até R$ 4 mil.

Atualmente, a penetração de produtos populares de previdência nessa base é de apenas 4%. O Prev Classic 3 em 1 foi lançado há cerca de dois meses e a seguradora não revela números preliminares das vendas. "A aceitação é positiva. Na pesquisa que realizamos com os clientes que já adquiriram o novo plano, 68% afirmaram que é um produto prático e fácil de entender", comenta o executivo.

No segmento popular, a Bradesco Vida e Previdência conta ainda com produtos de previdência direcionados a menores de idade - que os pais ou responsáveis contratam para garantir o futuro dos jovens, a partir de contribuições mensais de R$ 50, além de diversos outros planos individuais (PGBL e VGBL), com aportes de até R$ 100 por mês.

Na Brasilprev, os planos de previdência para menores de idade têm sido a principal porta de entrada de novos consumidores nesse mercado. Neste caso, as contribuições mensais partem de R$ 25. Hoje, 31% da base da empresa de previdência completar do Banco do Brasil é composta pelos produtos Brasilprev Júnior. "Na classe média, há preocupação crescente com a educação dos filhos no futuro, para que tenham uma vida mais tranquila do que os pais tiveram", destaca Sandro Bonfim, superintendente de produtos da Brasilprev.

No portfólio da seguradora há também planos individuais VGBL, que começam com aplicações mensais de R$ 60, e produtos PGBL, a partir de R$ 100 por mês. A participação de produtos com contribuições mensais entre R$ 60 e R$ 100 na Brasilprev é de 16%. "Ainda há predomínio dos clientes de alta renda, uma vez que o tíquete médio é de R$ 404 por mês. Mas, enxergamos a entrada mais forte de pessoas de menor renda."

Segundo Bonfim, a crise trouxe como efeito colateral os resgates, pessoas que tiveram que sacar recursos antecipadamente. No entanto, a captação líquida - diferença entre depósitos e resgates, se mantém positiva. "A arrecadação ainda apresenta um nível de crescimento interessante. Com receio em relação à situação econômica, há aqueles que abdicam de consumo para poupar", conclui o executivo da Brasilprev.

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