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Previdência: Conversão em renda tem baixa adesão

Fonte: Valor Econômico
Por Angela Ferreira | Para o Valor, de São Paulo

Todos os planos PGBL e VGBL garantem ao participante o direito de converter a reserva acumulada em renda. Mas ainda é baixo o número de brasileiros que faz a opção. Para Bruno Hoffmann, superintendente comercial da Icatu Seguros, falta conhecimento da população sobre o benefício e a taxa de juros alta prejudica a escolha.

Segundo regulamentação da Superintendência de Seguros Privados (Susep) há hoje seis tipos de renda que podem ser escolhidas. Eles variam de acordo com o prazo e número de pessoas que irão receber o benefício. É possível optar pelo recebimento de renda por período determinado; pelo aporte mensal enquanto o segurado estiver vivo e até estender o direito após a sua morte a um ou mais beneficiários, como cônjuge e, no caso de falecimento deste, para filhos menores de idade até a maioridade. Essa escolha afeta o valor da renda futura.

Outro componente que as seguradoras consideram na hora de precificar o valor da renda é a taxa de juro praticada pelo mercado no momento da contratação do serviço. "Atualmente, a Susep estabelece teto de 6% de juro para usar como base técnica em cálculos de renda, mas poucos planos têm condição de trabalhar com este percentual", explica Hoffmann.


"Na verdade, muitos deles trabalham com taxa zero de juro garantido quando da contratação do plano de previdência no período de acumulação. A seguradora não tem como garantir um prêmio, porque não sabe prever como estará o juro no ano seguinte. Por outro lado, quando da contratação da renda, o cenário é diferente, porque a seguradora já sabe qual é o montante acumulado pelo participante e sabe como administrar esse capital de acordo com a taxa de juro praticada pelo mercado neste período", explica Hoffmann.

Como a contratação do benefício pode ser feita no momento da aposentadoria, o participante tem a opção de, antes de fazer o resgate, cotar com as seguradoras para ver qual lhe oferece maior prêmio mensal diante o montante acumulado.

A Icatu Seguros fez uma simulação de compra de renda para um contribuinte homem que resolve se aposentar aos 65 anos e que tenha acumulado R$ 500 mil durante o período de captação. É possível perceber o quanto a taxa de juros praticada pelo mercado no dia da contratação do benefício pode influenciar nos rendimentos.

Para uma taxa de juro de 2%, o valor acumulado proporciona renda de R$ 2.671,34; com a taxa de 2,5%, a renda saltaria para R$ 2.812,12; e analisando taxa de 3,5%, passa para R$ 3.100,99.

Trabalhando com taxa de juros de 3,5%, o segurado que optar por receber a renda vitalícia pura teria rendimento mensal de R$ 2.945,11, por exemplo. Caso opte por receber a renda por um prazo de 20 anos, o valor recebido seria de R$ 3.377,42. E no caso de renda vitalícia com reversão para cônjuge e continuidade aos menores, a renda simulada seria de R$ 2.201,88.

"A escolha da melhor renda passa por uma avaliação da situação familiar do segurado no momento da contratação, se ele tem filhos pequenos é uma forma de assegurar um rendimento durante boa parte do período escolar, se a pessoa não tiver dependentes, ela pode usufruir de uma renda maior", aconselha o executivo da Icatu.

A opção da compra de renda é vantajosa para aqueles que não se sentem confortáveis em fazer a gestão do recurso acumulado, explica Angela Nunes Assumpção, planejadora financeira e sócia da Moneyplan. "Para aqueles que não estão habituados a fazer gestão de investimentos, é uma opção para garantir rendimento mensal, sem correr o risco de fazer apostas erradas", explica.

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