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Serviços para fisgar os 'millennials'

Fonte: Valor Econômico
Por Danylo Martins | De São Paulo

Engajamento, conectividade e busca por novas experiências e qualidade de vida são algumas das características da chamada geração Y ou millennial, formada por quem nasceu entre o começo da década de 1980 e meados dos anos 1990. Embora os hábitos financeiros mudem conforme classe social, contexto familiar, entre outros fatores, essa geração não enxerga o dinheiro como um objetivo ou um fim em si mesmo. "Os jovens acreditam que o dinheiro seja um veículo para ter uma vida agradável e desfrutar de experiências e tecnologia", observa Martin Iglesias, consultor de investimentos do Itaú Unibanco.

Para a professora de finanças do Insper, Juliana Inhasz, a geração Y mostra preocupação com qualidade de vida no curto prazo, diferentemente das gerações passadas, que davam prioridade à formação de patrimônio para o longo prazo. "No geral, as pessoas mais jovens têm esse perfil talvez pelo fato de terem nascido num período de estabilidade econômica", destaca. Ainda assim, a geração Y não se deixa levar totalmente pelo prazer imediato. "É uma geração que investe para um intercâmbio daqui a dois anos", exemplifica.

Mesmo com o acesso à informação sobre aplicações financeiras, 72% dos jovens não investem, segundo levantamento realizado com 1.000 pessoas pelo banco Neon no início deste ano. "Para melhorar isso, é preciso criar experiências simples e amigáveis", analisa Alexandre Alvares, diretor de marketing do Neon, banco 100% digital focado nos mais jovens.


O jovem não está preocupado tanto com rentabilidade, e sim em atingir objetivos, avalia Felipe Bottino, diretor de produtos de previdência da Icatu. Por isso, segundo ele, o design precisa ser trabalhado como uma ferramenta de educação financeira. "Isso significa mostrar não o percentual do CDI, mas quão perto do objetivo a pessoa está de realizar aquele sonho", diz. Na seguradora, os jovens já representam 30% da base de clientes de previdência e respondem por 7% da reserva.

"Apesar de muito se falar que se trata de uma geração que tem o 'desapego' como marca, ainda há uma parcela importante dos 'millennials' que tem entre seus objetivos bens como carro e casa, além de viagens e outras conquistas. Economizar para buscar seus objetivos parece ser o mote dessa geração", define José Ramos Rocha Neto, diretor de investimentos do Bradesco.

Segundo os especialistas, um dos principais desafios é falar sobre a importância de se planejar mais cedo. "Uma saída é transformar o assunto em algo prazeroso, leve e agradável", recomenda Rogério Olegário do Carmo, planejador financeiro pessoal, da Libratta Finanças Pessoais.

Tornar o assunto tangível tem sido a tônica adotada pelo Santander. "Temos utilizado comunicação direcionada em mídias sociais, com linguagem fácil, para atingir esse público", explica Daniela Neves, superintendente de investimentos do banco. Já o Bradesco lançou, em junho, o Next, plataforma 100% digital e desenhada para esse público. Com ajuda do aplicativo, o cliente vê quanto precisa investir por mês e acompanha a jornada até o objetivo.

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