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Insurtechs levam inovação ao mercado

Fonte: Valor Econômico

Divulgação

Por Françoise Terzian | Para o Valor, de São Paulo

O número de insurtechs não para de crescer no Brasil. As startups que estão levando novas tecnologias e inovação ao mercado de seguros já são 78 no país, segundo dados do Comitê de Insurtechs da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net). Cerca de 65% delas atuam no mercado de B2B (business to business), 28% em B2C (business to consumer) e 8% em B2B2C (business to business and business to consumer).

As insurtechs brasileiras em operação atuam nas categorias de produtos (40%), data & analytics (28%), jornada do usuário (12%), internet das coisas (8%), regulação e leis (4%), segurança da informação (4%) e investimentos (4%). Há um motivo diferente para a criação de cada uma delas. Mas, no âmbito dos objetivos, todas visam promover mudanças significativas no nicho em que atuam.

Salvar vidas foi o que motivou a insurtech Piuui. Sua história teve início no final de 2015, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou o processo de implantação da rastreabilidade de medicamentos no Brasil. A Dotter, fundada em 1995 em Americana (SP), era uma das líderes em tecnologias para isso. "Após muito tempo e investimentos, decidimos usar este prejuízo para fazer o bem e salvar vidas", conta Eduardo Salles, diretor de inovação e novos negócios da Dotter.

Foi assim que, motivados a acabar com os muitos casos de crianças esquecidas nos carros, eles lançaram, em abril de 2016, a Piuui. "Após o lançamento, percebemos uma reação estranha das pessoas que não admitem a possibilidade de esquecerem seus filhos e julgam, agressivamente, as vítimas desses desastres."

O cenário levou a Piuui a investir em uma plataforma que oferecesse diversas formas de proteção, além da original, que continua ativa. O app gratuito, disponível na AppStore e Google Play, disponibiliza uma série de funcionalidades como babá eletrônica grátis (com áudio e vídeo), localizador de pessoas, chat criptografado, botão de pânico, alerta de acidentes de carro (em caso de colisão, é enviado um alerta com sua localização), alerta de eventos climáticos extremos (com orientações sobre segurança em casos de vendavais, enchentes, etc) e avaliação da qualidade da pista ao dirigir.

"O Piuui é um assistente pessoal para a saúde e segurança da família. Um robozinho cuja função é proteger o usuário o tempo todo", conta Salles. O aplicativo funciona totalmente em segundo plano. Salles explica que o usuário não precisa configurar nada nem pressionar nenhum botão. "Isso significa que ele está te protegendo mesmo enquanto você navega no Facebook, troca mensagens no WhatsApp ou mesmo em situações nas quais seu celular está bloqueado."

O coração do app é baseado em um algoritmo de análise de movimento, capaz de detectar a qualidade das ruas e rodovias, baseado em estudos do Michigan Transportation Asset Management Council's Best Practices, e também em colisões do veículo ou quedas sofridas pelo usuário.

A capitalização do negócio, explica Salles, deve vir de várias fontes possíveis como as seguradoras que desejam uma melhor avaliação de risco de seus segurados; das empresas de resgate e planos de saúde; das concessionárias das rodovias, na prevenção de acidentes e redução dos índices de fatalidade; e também das prefeituras.

Outro exemplo de insurtech é a Kakau, fundada no ano passado por três sócios advindos de mercados como o segurador e de tecnologia. Eles lançaram uma plataforma digital que utiliza a tecnologia de inteligência artificial para entregar resultados mais precisos no segmento de seguros.

A venda de seguros conduzida pela Kakau é feita no modelo de assinatura mensal, a exemplo do Spotify e Netflix. Pelo formato proposto, é possível pausar o produto a qualquer momento, explica Henrique Volpi, co-fundador e CEO da Kakau.

A empresa começou vendendo produtos residenciais a partir de R$ 19 e, agora, em parceria com a Generali, lança um seguro para smartphones. Em três meses, a insurtech também deve oferecer seguro para bicicletas. A venda é 100% online, pelo site da Kakau. Quem acessa o site encontra a Anna, assistente virtual que se comunica com os usuários por meio do Messenger, do Facebook.

Outra insurtech que promete revolucionar o mercado é a dataDrivr, de Belo Horizonte (MG), que nasceu no ano passado com o intuito de melhorar a qualidade de direção dos motoristas. Ela visa diminuir o número de acidentes e os custos com sinistros. "Seremos um parceiro estratégico das seguradoras, de forma a apoiá-las na oferta de serviços personalizados e produtos inovadores para o segmento de auto", afirma Reinaldo Marques, risk data advisory da dataDrivr.

Ele explica que a inteligência da empresa é baseada na combinação de conhecimento atuarial para análise de riscos integrada a ferramentas como internet das coisas, big data e inteligência artificial.

A dataDrivr oferece plataformas tecnológicas variadas. Uma delas, por meio de sensores do smartphone e do contexto do motorista (tipo de rodovia, condições climáticas etc), coleta informações em tempo real de cada viagem.

"No momento, nossa inteligência está disponível apenas para o mercado de B2B. No segundo semestre, qualquer pessoa, sendo um segurado ou não, poderá baixar o Drivr App gratuitamente nas lojas da AppStore e Google Play.

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