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Taxa de administração é fundamental em performance de fundo de previdência

Fonte: Valor Econômico

Por Adriana Cotias | De São Paulo

A previdência complementar viveu até recentemente com uma série de limitações e isso casou com o perfil conservador de grande parcela da sociedade brasileira. A avaliação é do professor Carlos Heitor Campani, do Coppead/UFRJ. "As performances dos fundos de renda fixa de previdência são muito semelhantes, não dá para dizer que um é melhor que o outro. O grande ponto que o investidor tem que prestar atenção é nas taxas que paga de administração e carregamento, é isso que no fim das contas vai dar a diferença de uma performance líquida melhor ou pior", diz.

Conforme cita, para um fundo com taxa de administração de 1% do patrimônio, a cada R$ 100 investidos R$ 1 fica para a instituição que administra a carteira. Quando a Selic estava a 14,25%, isso representava uma fatia pequena da remuneração básica, mas com os 6,5% atuais o custo come 25% do retorno já na partida. "O mercado tem que chacoalhar e o investidor buscar informações e brigar por taxas menores", afirma.

Na Brasilprev, o carregamento na entrada pode ser zerado dependendo do nível de relacionamento do cliente ou conforme a evolução da reserva. No resgate, começa em 5% e zera, em média, em seis anos de plano. Na Caixa Econômica Federal, não há carregamento na entrada e na saída ele varia de 5% a 1,5% para contribuições entre um e três anos de até R$ 1 mil, e de 1,5% a 0,5% nos aportes acima disso. Em ambos os casos, a taxa é zerada a partir de três anos.

Na Bradesco Seguros, o carregamento para contribuições mensais começa em 4% nos fundos com taxas entre 1,9% e 2,4% nos primeiros 24 meses, caindo progressivamente até zerar no 61º mês. Nos fundos com taxas de 1% a 1,5%, o carregamento parte de 1,8%, também zerando no 61º mês.

O Santander não cobra nada na entrada, com a taxa de saída em 4% nos primeiros 12 meses, recuando até zerar acima de 60 meses. O Itaú chegou a fazer recentemente campanha isentando o investidor de taxa de carregamento na previdência, mas o banco não tinha um porta-voz para comentar os resultados.

Mesmo com todos os custos envolvidos, Campani diz que acumular dinheiro para a aposentadoria por meio de um plano de previdência vale pelo benefício fiscal que não se tem em nenhum outro investimento. Os fundos ligados a esses planos não sofrem a incidência do come-cotas, o imposto semestral que penaliza os fundos abertos tradicionais, e na tabela regressiva o imposto recua a 10% após dez anos.

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