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‘Seguro vive mudança que consumo teve há dez anos’

Fonte: Valor Econômico 

Legher, da Prudential, diz que insurtechs vão ajudar o mercado

David Legher, presidente da Prudential: disputa por centavos e pelo último ‘share’ no mercado chega aos seguros — Foto: Leo Pinheiro/Valor
David Legher, presidente da Prudential: disputa por centavos e pelo último ‘share’ no mercado chega aos seguros — Foto: Leo Pinheiro/Valor 

O mercado segurador passa atualmente por transformações vivenciadas pelo setor de consumo há dez anos, com foco no cliente, na visão do presidente da seguradora Prudential no Brasil, David Legher. Ele assumiu o posto no ano passado depois de uma carreira de 17 anos na Avon. Apesar das rápidas mudanças impostas com o surgimento de novos participantes do setor de seguros, não se pode perseguir a “inovação pela inovação”, disse em entrevista ao Valor.

As empresas de consumo massivo procuram ter um conhecimento profundo e se focam nas necessidades do consumidor. “O mercado de consumo é muito concorrido e os investimentos são elevados. Você briga pelo centavo e pelo último ‘share’ do mercado. E o mercado segurador é igualmente grande e competitivo, mas está em evolução”, compara.

Para Legher, as insurtechs - como são chamadas as startups que atuam no ramo de seguros - vão ajudar o mercado como um todo a ser mais eficiente, moderno e a melhorar o atendimento aos clientes. “No mundo do consumo isso chegou há dez anos e fez com que todo mundo repensasse os seus processos, produtos e valores agregados. No mundo segurador, está chegando agora”. Essas startups podem atuar como concorrentes, fornecedoras e parceiras da Prudential, e eventualmente serem compradas, diz Legher.

Já o sandbox regulatório, tema que está em discussão na Superintendência de Seguros Privados (Susep), pode eventualmente ser utilizado por unidades de negócios da Prudential. Há oito meses a empresa criou um laboratório para “fazer coisas diferentes do ponto de vista tecnológico”, segundo Legher. “Essa nossa incubadora provavelmente experimentará o sandbox regulatório”, afirma.

O executivo ingressou na Avon como diretor de marketing na Colômbia, seu país de origem, e assumiu a presidência da companhia no Brasil em 2012. A partir de 2016, passou a responder por toda a América do Sul. Legher iniciou sua carreira na colombiana Seguros Sura na área de tecnologia da informação, onde ficou por 11 anos e ocupou cargos de direção.

Uma pesquisa da Prudential feita pelo Ibope, divulgada em setembro, mostrou que 15% dos brasileiros possuem seguro de vida. Essa penetração é menos da metade de países como Colômbia ou Chile, compara o executivo. A seguradora oferece seguro de vida individual e em grupo, além proteções contra acidentes pessoais, doenças graves, seguro viagem, assistência funerária e invalidez total ou permanente. No Brasil, a participação de mercado da Prudential é de 23%.

Apesar de afirmar que não se pode fazer a “inovação pela inovação”, Legher afirma que a Prudential é reconhecida em todo o mundo por levar novidades para o mercado e que surgirão iniciativas “diferenciadas” nos próximos anos. O passo adiante, segundo ele, será agregar serviços para melhorar a qualidade de vida dos segurados. No fim do dia, também significa reduzir a taxa de mortalidade dos clientes.

“Nos Estados Unidos, a Prudential vem trabalhando bastante no chamado ‘financial wellness’ [bem-estar financeiro] e estamos olhando como seria implementado no Brasil. Não queremos que a pessoa compre um seguro e o relacionamento seja apenas cobrando o prêmio ou pagando benefícios”, afirma.

Seguros residenciais, por exemplo, incluem serviços adicionais como eletricista, bombeiro hidráulico ou chaveiro. No caso de seguro de vida, o conceito de melhorar a qualidade de vida das pessoas é algo mais “holístico”, conta. “Ou seja, que as pessoas realmente tenham uma consciência, para melhorar comportamentos. Fazer esportes e ter uma alimentação saudável são componentes-chaves e se correlacionam com a saúde e a mortalidade das pessoas”.

Atualmente, uma das grandes preocupações do brasileiro está relacionada com o tema de saúde. Mas não está nos planos da Prudential lançar um plano de saúde no Brasil e sim levar o conceito para seus seguros de vida. A estratégia é oferecer como complemento em casos específicos. A empresa já oferece o seguro contras doenças graves, mas poderia oferecer novas opções de produtos para que o cliente possa comprar um plano de saúde mais simples a um custo razoável, exemplifica ele.

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