Allianz é seguradora europeia mais ativa no apoio às fintech
Além de servir de interface entre as startups integrantes da sua carteira de investimento e os ecossistemas em que a Allianz atua, o fundo dirigido por Nazim Cetin (CEO da Allianz X) é responsável pela estratégia de inovação tecnológica das diversas unidades operacionais do grupo segurador germânico.
Globalmente, o universo de veículos de investimento (CVC e CVS) que financiam os verticais fintech na Europa desembolsou cerca de 8,3 mil milhões de euros, distribuídos por 481 rondas de financiamento, segundo dados da plataforma Finnovating para 2019. Na geografia dos hubs mais ativos, o Reino Unido liderou, concentrando 3,5 mil milhões (42% do total), seguido da Alemanha com 2,3 mil milhões, Suécia e França, cada uma com volumes situados no intervalo 500-600 milhões de euros.
Esta dinâmica de financiamentosuportada sobretudo por private equity (fundos de capital privado) agrupa duas categorias de venture capital: CVS (sociedades de serviços em capital de risco) e CVC (fundos institucionais),umas menos vocacionadas para o risco do que outras, consoante a natureza e o estágio de desenvolvimento das startups em que apostam.
O ‘corporate venture capital’ (CVC), como são identificados os fundos de investimento de instituições financeiras, tem reforçado a aposta em startups dos verticais fintech (inovação tecnológica no setor financeiro).
Entre os fundos de instituições financeiras (normalmente geridos por filiais ou veículos de investimento criados para o efeito), o Allianz X, criado em 2013, foi o mais ativo de 2019 no investimento em fintechs (com sete startups apoiadas no conjunto do ano), seguindo-se o Bpifrance (banco público de investimento lançado em 2012 com forte ligação à Caisse de Dépôts et Consignations) e o grupo Santander(através da InnoVentures, lançada em 2014): a lista dos cinco primeiros completa-se com o Commerzbank e o banco de investimento Goldman Sachs, de acordo com a ordenação da Finnovating para 2019.
Na análise ao venture capital gerido por sociedades de private equity(CVS), o mais ativo foi a Speedinvest, um veículo de investimento de origem austríaca lançado em 2011. Esta entidade focada em estágios de geminação e crescimento (pre-seed e venture) participou em 10 investimentos, seguindo-se a Anthemis e a Augmentum, que estiveram em oito. A completar o ranking das primeiras cinco do ano surge a Accel, envolvida em sete, número igualado pela Global FoundersCapital; Index Ventures, Kima Ventures e Seedcamp.
Em conjunto, as CVS representaram 15% do investimento em fintech na Europa, em 2019, detalha a Finnovating. De acordo com esta fonte, 11 instituições financeiras investiram, cada uma, em mais de três startups fintech no ano passado. Os verticais ‘pagamentos e crédito’ (destino de 30% das rondas de financiamento realizadas em 2019); ‘neobanks e challenger banks’ (com perto de 8% das rondas) foram os mais privilegiados no investimento recebido por total de empresas.
Na Europa, entre as fintech que mais recursos captaram por ronda, a alemã Wirecard destacou-se com 900 milhões de euros, seguindo-se a britânica Greensil, que arrecadou 630 milhões. O japonês SoftBank, através do Vision Fund, participou nas duas rondas.
O Allianz X é o CVC do grupo germânico vocacionado para apoiar o crescimento de startups nos diversos ecossistemas que interessam aos seguros (cibersegurança, gestão ativos e pensões, saúde, mobilidade, IA e IoT). O fundo, aumentado em mais de 500 milhões de euros no início de 2019, está atualmente dotado de 1 000 milhões milhões de euros em capacidade de financiamento.
Além de servir de interface para as startups que integram a sua carteira de investimento e os ecossistemas em que a Allianz atua, o fundo dirigido por Nazim Cetin (CEO da Allianz X) tem a missão de orientar a estratégia de inovação nas várias unidades operacionais do grupo segurador germânico.
Presente em cinco continentes, detém atualmente participação direta em 15 empresas, entre outras a GoJek, N26, Bima, Lemonade, C2FO, Fundbox, Simplesurance, American Well, Nauto e 1Qbit. Do portefólio da Allianz X, pelo menos cinco são unicórnios (empresas com valorização superior a 1 000 milhões de dólares).
Enquanto participadas como a GoJek e N26 beneficiam das valorizações mais apetecíveis, a Bima é o projeto com maior impacte global no que respeita a objetivos de inclusão social e financeira.
A Bima, uma insurtec de origem sueca fundada em 2010 – e atualmente a financiar-se já em operações de mercado secundário – desenvolveu-se a partir de uma plataforma tecnológica própria e construiu uma rede de parcerias com seguradoras globais, entidades bancárias e de microcrédito e operadores móveis líderes de mercado. Serve atualmente 31 milhões de clientes distribuídos por 13 países da Ásia, África e América Latina.
A plataforma global salienta que 75% dos clientes angariados obteve, pela primeira vez, acesso a uma apólice de seguro utilizando os serviços Bima.
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