O papel do seguro no avanço da economia brasileira
Presidente da CNseg participa do 24º Encontro Nacional FenaPrevi, reafirmando a necessidade da efetiva inclusão da dimensão dos seguros nas políticas públicas
“Temos que ter a ousadia e a perseverança de empreender ações para que o Governo, os Poderes Legislativo e Judiciário e a sociedade entendam o papel no seguro no avanço civilizatório, incluindo-o na agenda macro e microeconômica brasileira de forma definitiva”, afirmou o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, em discurso proferido no 24º Encontro Nacional FenaPrevi, realizado na Bahia, entre 13 e 16 de fevereiro.
Fazendo um retrospecto da atividade seguradora nos últimos 30 anos, Coriolano lembrou o desenvolvimento inédito do setor na época da estabilização da moeda, na década de 90, e o avanço ocorrido nos governos Lula e Dilma, em função do ciclo de crescimento pela via da demanda, dos ganhos de renda média e da desconcentração geográfica. Ainda assim, disse ele, em nenhum desses momentos os seguros foram incluídos na agenda das políticas macroeconômicas do País.
Com o aprofundamento da recessão, a partir de 2016, em ambiente de queda da atividade e das taxas de juros, disse ele, as companhias aproveitaram para fazer o que chamou de “revolução silenciosa”, ajustando a governança, as tarifas e os seus custos. Em consequência desta “revolução”, houve um aumento da concorrência que, entretanto, não pode ser medida pelo número de empresas, mas pela desconcentração das lideranças em vários segmentos, por aguda especialização e pela profusão de joint ventures extra societárias e acordos operacionais antes inimagináveis.
Não coincidentemente, o setor segurador voltou a crescer a uma taxa de dois dígitos em 2019 e, somente os setores de previdência aberta e fechada já somam mais de R$ 2 trilhões em provisões técnicas, investidas em ativos que representam metade da dívida pública consolidada brasileira.
Com base nesse panorama, o presidente da CNseg declarou-se um otimista, sem deixar de considerar, entretanto, “que acabou o tempo do protecionismo e de propostas setoriais sem adequados aprofundamentos”, o que, definitivamente, não é o caso do setor segurador.
Além das principais lideranças do mercado segurador, o 24º Encontro Nacional FenaPrevi contou com a participação de importantes nomes do governo, como o subsecretário de Política Microeconômica e Financiamento da Infraestrutura do Ministério da Economia, Pedro Calhman; o subsecretário de Previdência Complementar do Ministério da Economia, Paulo Valle; o superintendente substituto da Susep, Rafael Scherre; e o superintendente substituto da Previc, Carlos Marne Dias Alves, que participaram do painel “Um novo olhar para um novo modelo de Previdência”, em que defenderam uma maior harmonização entre os diferentes regimes de previdência e a necessidade de levar a proteção ao maior número de pessoas possível.
Outro painel bastante concorrido foi o intitulado “Demografia e longevidade: impactos para a sociedade”, composto pelo presidente do Centro Internacional de Longevidade, Alexandre Kalashe; pelo professor da FIPE/USP Hélio Zyberstajn; e pelo diretor do Conselho Diretor da CNseg, Nilton Molina, tendo como moderador o diretor da FenaPrevi Roberto Camargo. Na ocasião, Alexandre Kalashe, que já foi diretor a Organização Mundial de Saúde, apontou os quatro capitais que precisam ser acumulados para um envelhecimento ativo: o da saúde, o do conhecimento, o social e o financeiro. Ele também chamou a atenção para o problema da desigualdade e para a necessidade de se olhar com mais atenção a precarização da renda da parcela mais vulnerável da população, particularmente as mulheres com menos educação formal e com um maior número de filhos.
Durante o evento, também foi realizada uma homenagem aos ex-presidentes da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida, que receberam um troféu em forma de sino, simbolizando a harmonia e o congraçamento.
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