Breaking News

Sulamérica deve mesmo deixar a Brasilsaúde

Fonte: Valor Econômico

O Banco do Brasil (BB) deve anunciar nos próximos dias a reestruturação acionária da Brasilsaúde. As mudanças incluem a compra de uma empresa de seguro odontológico e a saída da SulAmérica da parceria. O BB terá 75% das ações, ao lado de um parceiro estratégico, cujo nome ainda é mantido em sigilo e que ficará com 25% do capital. A SulAmérica, que hoje detém 50,05% do capital da Brasilsaúde, deixará a sociedade, bem como todas as suas participações nas empresas de seguridade do BB.

Não faz sentido a SulAmérica permanecer com 25% em apenas uma empresa, disse uma fonte próxima às negociações. No início do mês, a Banco do Brasil comprou a participação da SulAmérica na Brasilveículos e assinou parceria com a espanhola Mapfre para atuar no seguro de pessoas e prestamistas.

Essa será a cartada final do banco estatal para concluir a reformulação do setor de seguridade. Depois de pouco mais de um ano de negociações, o BB conseguiu reforçar suas operações por meio de parcerias com empresas privadas.

Em todos os acordos, a instituição manteve a maioria do capital total, o que garante maior parcela nos lucros das empresas, mas deixou nas mãos das parceiras privadas o controle acionário (ações com direito a voto), o que garante maior agilidade aos negócios. Por meio de acordo de acionistas, o Banco do Brasil controla a gestão, mas tem liberdade para contratar executivos do mercado.

Na área de previdência, por exemplo, o BB ficou com 75% do capital total da Brasilprev, mas com apenas 49,99% das ações com direito à voto. Já a americana Principal tem agora 25% do total, mas ficou com 50% mais uma ação votante. Nos acordos com a Mapfre, em seguros de pessoas e crédito prestamista, e com a Icatu, em capitalização, a estratégia foi semelhante.

Agora o foco das negociações está no ramo de saúde. O BB vê como estratégica a entrada no ramo odontológico pela possibilidade de crescimento desse nicho. A nova empresa de seguro nesse segmento já nascerá gigante, com 900 mil clientes potenciais, entre funcionários do banco, seus dependentes, aposentados e pensionistas. Só isso já garantiria ao BB a quinta posição no ranking do setor. Está descartada o início de uma operação do zero. O caminho será o da aquisição, que deve ser anunciada nos próximos dias.

Com a casa em ordem, o banco já espera um ritmo vigoroso de crescimento orgânico. Hoje, seguros e previdência respondem por 13% do resultado do banco, mas a meta interna da administração é fechar 2013 na casa dos 24%, mais próximo do líder, o Bradesco, que retira desse setor mais de um terço do seu lucro (cerca de 38%).

Somente as reestruturações acionárias já garantem aumento imediato de receita para o banco. Como 56% do ganho com seguridade vem justamente das participações nas subsidiárias, a estratégia de aumento da fatia total nos negócios traz aumento imediato nos lucros apropriados. Os 44% restantes vêm de corretagens e comissões, que devem crescer ao longo dos próximos anos. No caso da Brasilprev, o negócio está concentrado 100% nas agências, assim como a venda de títulos de capitalização.

A maior aposta para turbinar as receitas vem da parceria com a Mapfre. O objetivo é explorar o mercado de corretores, até então fora do raio de ação do banco estatal. A importância da mudança de postura se mostra pela estimativa de que 80% dos seguros de veículos hoje são feitos fora das agências. A Mapfre BB SH2, uma das duas empresas cujo capital é dividido entre BB e Mapfre, já nasce com 10 mil corretores.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario